Privatização avança enquanto custo da água sobe para trabalhadores; CTB-SP denuncia modelo que transforma direito básico em negócio
A partir de 1º de janeiro de 2026, a Sabesp aplicará um reajuste de 6,11% nas contas de água e esgoto. A decisão foi autorizada pela Arsesp e acompanha a política de recomposição inflacionária adotada após a privatização da empresa, concluída em 2024. Apesar do discurso oficial de que “não haverá aumento real”, o impacto no orçamento das famílias será imediato.
A tarifa para residências de consumo médio (entre 11 m³ e 20 m³) passará de aproximadamente R$ 6,01 para cerca de R$ 6,40 por metro cúbico. O acréscimo ocorrerá em um contexto de estagnação salarial e alta do custo de vida, o que torna a conta de água mais pesada para milhões de paulistas.
Privatização e tarifas: quem paga a conta?
Desde a entrega da Sabesp à iniciativa privada, a CTB em conjunto com o Sintaema, especialistas e organizações sociais alertam para o risco de aumento gradual das tarifas e precarização do serviço. Embora o governo de São Paulo defenda que o reajuste reflete apenas a inflação, nossas denúncias, dos movimentos sociais e de todas as entidades sindicais apontam que o modelo privatizado tende a priorizar rentabilidade acionária, e não o acesso universal.
A CTB-SP ressalta que, mesmo antes da privatização, a empresa já tinha lucro e capacidade de investimento, o que desmonta o argumento de que era necessária a entrega do patrimônio público para modernizar a companhia.
Para a Central, o aumento demonstra os efeitos diretos da privatização: o povo paga mais para sustentar um serviço que deveria ser público, acessível e controlado socialmente. O abastecimento de água é um direito humano essencial e não pode estar subordinado à lógica do lucro.
O reajuste da Sabesp é mais um sinal de alerta sobre o caminho escolhido pelo governo estadual. Com tarifas mais altas e uma gestão orientada para o mercado, cresce a preocupação de que o serviço, fundamental para todas as famílias, se torne cada vez mais caro e desigual.
A CTB-SP segue mobilizada e reforça a defesa de um modelo público, universal e democrático de saneamento básico em São Paulo.


