Segundo estimativas da OIT, na América Latina e no Caribe há pelo menos 1,320 milhão de pessoas em situação de trabalho forçado, com 250 mil delas sendo também vítimas de maus-tratos.
Em nível global, a América Latina ocupa o segundo lugar no ranking de trabalho forçado, e os lucros gerados por essa atividade somam cerca de US$ 32 bilhões, informou a OIT.
As dimensões do problema adquirem maior dramaticidade apenas na Ásia, onde há 9,5 milhões em situação de trabalho forçado.
O total mundial é de pelo menos 12,3 milhões de pessoas, acrescentou Plant.
O dirigente destacou "a forte ligação entre a discriminação dos povos indígenas e a existência de formas coercitivas de recrutamento e emprego".
Plant denunciou grandes ocorrências de trabalho escravo "na região andina", sobretudo em Peru e Bolívia.
"Os povos indígenas estão em risco", completou.
Além disso, o dirigente da OIT disse que também foram observadas situações laborais abusivas que estão afetando pessoas que migram da América Latina rumo à Europa e da América Central aos Estados Unidos e ao Canadá.
"Estamos muito preocupados, (porque) mesmo quando as pessoas migram legalmente" são enganadas por agentes recrutadores de mão-de-obra que os fazem assumir condições laborais abusivas, disse.
O fato de as mulheres participarem cada vez mais das migrações levou Plant a afirmar ainda que 56% da exploração econômica forçada afeta mulheres e meninas, e que 98% desse grupo possui ligações com a exploração sexual.