O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou hoje que a América Latina vive uma "rebelião contra os impérios" e contra o modelo econômico neoliberal, que definiu como um "instrumento do capitalismo".
Em um ato público no povoado de Salinas de Garci Mendoza, no departamento de Potosí (sul), o governante de esquerda destacou que em vários países da região latino-americana está sendo gestada "toda uma rebelião".
"Na América Latina, há uma rebelião de povos contra os impérios; portanto, uma rebelião contra um modelo econômico chamado neoliberalismo", disse Morales, que também criticou os Estados Unidos.
Segundo o chefe de Estado boliviano, os EUA, "sob pretexto de ajudar as comunidades", utilizam a agência americana para o desenvolvimento internacional (USAID, na sigla em inglês) para ter "controle político" sobre algumas nações às quais oferecem ajuda.
Na quinta-feira, a USAID confirmou a evacuação de sua equipe da região boliviana do Chapare (centro) em razão das ameaças recebidas por sindicatos cocaleiros, dos quais Morales ainda é o presidente.
Os produtores de coca da região acusam os representantes da USAID de conspirar contra Morales e de serem "agentes do imperialismo".
A ação dos cocaleiros voltou a ser apoiada pelo governante, que hoje afirmou que o Chapare "é um território livre do imperialismo americano".
"Alguns impérios ainda tentam nos humilhar usando como pretexto a luta contra o terrorismo e a luta contra o narcotráfico", enfatizou o chefe de Estado.
Morales também elogiou a decisão do Equador de não permitir a instalação de uma base militar americana em seu território.
O presidente boliviano disse ainda defender seu país do neoliberalismo e aprofundar o processo de mudança empreendido por seu Governo. (La Paz, 28 junho – EFE)