Stiglitz diz que haverá uma crise mundial de pobreza

O economista e Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, em entrevista ao Monitor Mercantil, diz que a problemática da crise internacional se aprofunda e parece que o establishment internacional está caindo em uma armadilha. Segundo ele, haverá uma crise mundial de pobreza para os próximos anos. “Como os mercados de petróleo e de alimentos estão estreitamente ligados, é óbvio que centenas de milhões de seres humanos em todo o mundo ficarão ainda mais pobres no futuro”, afirma.

Stiglitz analisa também a diferença sobre a administração da economia entre a direita e a social-democracia. “A diferença mais básica diz respeito à importância que cada lado atribui ao crescimento. A direita se concentra exclusivamente no aumento do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a social-democracia se interessa principalmente pela qualidade do crescimento e a participação do maior número de cidadãos nesta qualidade”, diz ele. Segundo ele, o exemplo dos Estados Unidos é característico, onde o PIB é alto mas não existe segurança no sistema de saúde e de previdência social.

Pessoas

Além disso, as pessoas trabalham tão duro que dispõem de um tempo mínimo para suas famílias e o meio-ambiente piora cada vez mais. E o mais básico — que é a distribuição de renda — ficou claramente mais injusta nos últimos anos. Segundo Stiglitz, hoje a maioria dos norte-americanos é mais pobre do que era há oito anos. As forças progressistas — ao contrário — não são indiferentes à qualidade do crescimento e não acreditam que a solidariedade social entra em choque com o crescimento.

“O mais importante de um país são suas pessoas. E mais importante ainda é proporcionar-lhes a oportunidade de usarem, de esgotarem todas as suas possibilidades, principalmente através da educação e de uma política de oportunidades iguais”, diz ele.  “Tudo isso, para mim, é o segredo do crescimento econômico bem sucedido”, afirma. “Um outro dado é que os progressistas compreendem melhor a necessidade de ação coletiva nos setores de infra-estrutura, educação, pesquisa e tecnologia”, destaca.

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