Os mais de 200 observadores internacionais que acompanharam o referendo revogatório ocorrido neste domingo (10), em toda a Bolívia, aprovaram a lisura do processo comandado pela Corte Nacional Eleitoral do país.
A reportagem do Vermelho acompanhou, com exclusividade, a primeira reunião de avaliação entre parte dos observadores e membros da CNE, ocorrida poucas horas após o fim das eleições. Parlamentares e representantes de mais de 20 países, como México, Argentina, Paraguai, Canadá, Estados Unidos, Rússia, Brasil e Japão fizeram críticas pontuais ao processo eleitoral, mas disseram que nenhum dos incidentes constatados compromete o resultado das urnas.
Para o deputado federal brasileiro Dr. Rosinha (PT-PR), o governo boliviano conduziu com habilidade o referendo. “Foi um processo muito bem organizado, com a participação massiva da população, que demonstrou claramente querer decidir os destinos do país. Acompanhei o escrutínio e pude ver uma grande transparência, um processo muito bem avaliado, apenas com problemas em pequenos detalhes técnicos, que podem ser aperfeiçoadas e não comprometem o resultado. O governo da Bolívia e a Corte Eleitoral estão de parabéns”, afirmou o parlamentar, que também é o atual presidente do Parlamento do Mercosul.
O presidente da Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul, o argentino Carlos Álvarez, segue na linha do colega brasileiro ao avaliar o trabalho da CNE, e diz esperar que as forças políticas do país saibam entender o desejo do povo boliviano. “Foi tudo muito satisfatório, apesar de ter sido uma jornada difícil, cercada de muitos conflitos. Muitos pensavam que poderia ser uma eleição altamente problemática, mas por sorte não houve nada disso – o que houve foi uma grande participação do povo boliviano. Nesse sentido, esperamos que esse processo sirva para fortalecer a democracia e para que as autoridades consigam unir o país”, disse.
Nesta segunda-feira, os observadores deverão se reunir novamente para formalizar a avaliação feita durante o referendo. A CNE informou durante a reunião que espera ter resultados consolidados da eleição nos nove estados em até dez dias.
De La Paz,
Fernando Damasceno