Os prefeitos, até então, com mandatos confirmados pelo referendo governam os departamentos de Potosí (73%), Santa Cruz (66%), Beni (64%), Pando (59%) e Tarija (61%). Já os líderes bolivianos que poderão ter seus mandatos revogados, segundo o instituto, pertencem aos departamentos de Cochabamba (40%), La Paz (35%) e Oruro (49%).
Para a realização do referendo, a Corte Nacional Eleitoral do país habilitou 4,4 milhões de bolivianos para irem às urnas e emitirem seus votos.
O departamento de La Paz foi o que registrou a maior quantidade de eleitores no país, com 1,2 milhões de pessoas. Em seguida, aparecem Santa Cruz, com 982 mil e Cochabamba, com 712 mil.
De acordo com o presidente da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), Eduardo Stein, o referendo boliviano transcorreu dentro da normalidade. Ele negou ainda qualquer possibilidade de boicote à consulta popular.
O embaixador do Brasil na Bolívia, Frederico Cézar Araújo, já havia informado à Agência Brasil que a expectativa do governo boliviano era a de que Evo Morales tivesse seu mandato confirmado por cerca de 55% dos bolivianos – resultado da última pesquisa de opinião realizada.
Em janeiro deste ano, o governo boliviano e os prefeitos decidiram realizar um referendo revogatório, caso não se chegasse a um consenso sobre o Imposto Direto de Hidrocarbonetos (IDH) e sobre a compatibilidade entre a nova Constituição e os estatutos autonômicos.
A idéia do referendo surgiu por iniciativa de Evo Morales que, junto com os prefeitos, colocou seu mandato à disposição dos eleitores. Quem receber menos votos do que obteve quando foi eleito perderá o mandato. Nas eleições de 2005, Evo Morales foi eleito com 53,7% dos votos.