EUA/Europa: Governos procuram salvar mercados financeiros

No Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) os governos decidiram nacionalizar parcialmente o banco Fortis, que estava em risco de falência iminente. O Fortis é um dos 20 maiores bancos europeus, emprega 85.000 pessoas e, em Portugal, está associado ao BCP, detendo 51% das seguradoras ligadas a este banco. Os governos da Bélgica, do Luxemburgo e da Holanda ficarão com 49% das sucursais do Fortis em cada um dos países, injetando neste banco um total de 11,2 mil milhões de dólares (4,7 na Bélgica, 2,5 no Luxemburgo e 4 na Holanda). Nas reuniões para tomar estas decisões, para além de governantes dos três países e de banqueiros, participou Jean Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu. A decisão de nacionalização parcial foi tomada após ter falhado a tentativa de compra pelo banco BNP-Paribas, que fez uma oferta considerada insuficiente tanto pelo Fortis, como pelos governos.

Na Grã-Bretanha, o governo interveio para nacionalizar as dívidas do banco Bradford and Bingley e vender o negócio ao Banco Santander. Este banco despendeu cerca de 773 milhões de euros para adquirir os depósitos e as 200 sucursais do Bradford & Bingley. O governo britânico ficou com a parte mais arriscada, a carteira de empréstimos do B&B, que inclui 41 mil milhões de créditos imobiliários.

Na Alemanha, um consórcio de bancos alemães garantiu o crédito necessário para evitar a falência do Hypo Real Estate, banco especializado no financiamento imobiliário.

Nos Estados Unidos, republicanos e democratas chegaram finalmente a acordo para votarem nesta Segunda feira o gigantesco plano de apoio aos mercados financeiros, prevendo a injeção imediata de 250 mil milhões de dólares e podendo chegar até aos 750 mil milhões.

Bush considerou que o plano irá evitar o "colapso" da economia norte-americana, afirmando: "Este plano envia um sinal claro aos mercados mundiais de que os EUA agem seriamente para restaurar a confiança e a estabilidade do nosso sistema financeiro. Sem este plano de resgate, o custo para a economia americana seria desastroso".

Outra opinião têm diversos analistas, Nouriel Roubini no seu blogue considera que este plano é uma "vergonha" e um "escândalo", que significa "privatizar os lucros e socializar as perdas", um verdadeiro "socialismo para os ricos".

Esquerda.net:

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