Locaute de ruralistas na Argentina perde apoio

As entidades patronais rurais da Argentina completaram hoje o terceiro dos seis dias de locaute que, ao contrário das anteriores, não inclui bloqueios de estradas e possui pouca aprovação da população.

De acordo com uma pesquisa divulgada hoje pelo jornal local "Perfil", 71,2% dos argentinos não concordam com o locaute como mecanismo de protesto e 29,4% discordam da reivindicação do campo.

Em sua quinta medida de força somente neste ano, desde a última sexta-feira os produtores não enviam gado bovino aos mercados nem grãos às indústrias ou aos portos de exportação para reivindicar soluções para o setor.

Uma pesquisa realizada na semana passada com 1.500 pessoas em todo o país pela empresa de consultoria Management and Fit afirma que 37,6% dos consultados concordam com a reivindicação do campo, enquanto nas greves anteriores a aprovação oscilava entre 67% e 72%.

A paralisação de seis dias representa o retorno aos protestos agropecuários após uma trégua no conflito obtida em julho, depois que o Parlamento rejeitou o sistema de impostos móveis às exportações de grãos que originou a disputa com o Executivo em março.

Enquanto nos locautes anteriores houve centenas de assembléias de produtores em diversos pontos do país que, em muitos casos, bloquearam estradas, neste fim de semana as manifestações foram poucas e contaram com pouca adesão.

De qualquer forma, o dirigente da Federação Agrária Alfredo de Ángeli advertiu de que, a partir de segunda-feira, "o protesto do campo contra o Governo será intensificado, porque as pessoas não estão satisfeitas, estão irritadas e querem bloquear as estradas".

Por sua parte, o secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação, Carlos Cheppi, afirmou que "não há muito apoio" à medida de força, após o Executivo anunciar que, nos próximos dias, lançará um plano agropecuário no qual trabalha "há pouco tempo".

O locaute terminará na próxima quarta-feira com um ato de produtores na cidade na província de Buenos Aires de San Pedro e um abraço ao edifício do Congresso, em Buenos Aires, após o que as patronais rurais voltarão a se reunir para estudar os passos a serem seguidos.

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