Foto: Marcello Casal Jr./ABr
Ocorreu na manhã desta segunda-feira em Brasília uma reunião entre dirigentes das centrais sindicais e dos movimentos sociais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno da mobilização por um “Mercosul Social”. O presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes, participou do encontro com Lula e destacou que as centrais “devem exercer um protagonismo maior no Mercosul visando a unidade e a valorização da classe trabalhadora”.
A iniciativa das lideranças populares, com o apoio do governo, tem o objetivo de influenciar o bloco sul-americano no sentido de contemplar em suas decisões os direitos sociais, a soberania e os interesses dos povos. “O Mercosul não pode ser apenas uma aliança comercial a serviço do empresariado da região”, sustenta o presidente da CTB.
Cúpula dos Povos
O movimento prepara a Cúpula dos Povos, que deverá ser realizada na Bahia nos dias 12 a 15 de dezembro, antes da cúpula oficial de presidentes do Mercosul, convocada para Sauípe (BA) nos dias 16 e 17 de dezembro. A Cúpula Social do Mercosul está inserida na Cúpula dos Povos e deverá ocorrer no dia 14-12. Na mesma ocasião, também ocorrerá em Sauípe a Conferência América Latina, Caribe e México pela Integração e Desenvolvimento (CALCM).
Será a primeira vez que países do Caribe se reunirão com países da América Latina sem a presença dos Estados Unidos ou de potências da Europa. Ainda não se sabe exatamente os temas que estarão na agenda desta conferência, que acontecerá nos dias 16 de dezembro à tarde e 17 de dezembro o dia todo, mas sabe-se que há uma relação com a preparação para a próxima Cúpula das Américas, que se realizará em abril de 2009 em Trinidad e Tobago, já com o novo presidente dos EUA empossado.
Propostas
Os movimentos e organizações que participam do processo de construção desse espaço avaliam que este deve ser o momento onde a sociedade civil organizada irá dialogar com os representantes dos governos do Mercosul, levando as propostas e posições construídas na Cúpula dos Povos sobre temas como soberania, desenvolvimento, trabalho, relações com o imperialismo americano, meio ambiente, questão urbana, desmilitarização, soberania alimentar e energética, pré-sal, agro-combustíveis, entre outros.
As lideranças entendem que a Cúpula dos Povos não é apenas um evento, mas um processo de construção que não começa nem termina em dezembro, pois está associado ao histórico de lutas na América Latina contra a ALCA e pela integração soberana e solidária das nações. Por isso, foram definidos dois momentos importantes para avançar no processo de construção da Cúpula: o primeiro seria o Fórum Social das Américas na Guatemala, visando envolver organizações e movimentos da região; e o segundo, um seminário internacional que será realizado na Bahia dias 8 e 9 de novembro, onde as entidades socializarão seus acúmulos na construção da agenda e da metodologia da Cúpula dos Povos de dezembro.
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