Equador: novo ministro tenta agilizar acordo com a Petrobras

Segundo especulações da imprensa local, o então ministro Galo Chiriboga, que estava no cargo desde julho de 2007, foi substituído por conta da lentidão no processo de renegociação dos contratos com as companhias petrolíferas. Chiriboga também era vice-presidente da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Ao designar o novo titular da carteira, o presidente Rafael Correa agradeceu a Chiriboga por sua atuação e pediu a Palacios que "termine o mais breve possível" a renegociação dos contratos, em referência à petroleira brasileira.

Há alguns dias, o mandatário também havia dito que se a Petrobras não aceitasse renegociar rapidamente seu contrato seus campos de petróleo no país seriam nacionalizados. Após negociações iniciadas há cerca de um ano, as outras companhias – a chinesa Andes Petroleum, a francesa Perezco e a espanhola Repsol-YPF – aceitaram modificar seus status no país para prestadoras de serviços.

Como prestadoras de serviços, as empresas serão responsáveis pela extração de petróleo e pagarão os custos de manutenção e produção e deixarão de ficar com até 82% do petróleo, através de acordos de participação.

Ao assumir o cargo, Palacios pediu às companhias estrangeiras que não brinquem com o país e que invistam no aumento da produção de petróleo, para quase metade dos 508 mil dos barris diários extraídos entre janeiro e junho de 2008.

O novo ministro disse que não irá permitir que as empresas tentem manipular as decisões do Equador, que renegocia os contratos com as petroleiras para conseguir maiores recursos e diante do qual várias companhias reduziram seus investimentos.

Como exemplo, Palacios falou que a produção da Repsol-YPF, que extrai cerca de 60 mil barris ao dia, caiu 20% após as medidas equatorianas e inclusive chegou a reduzir a 1% os ingressos extraordinários devido ao alto preço do petróleo.

Brasil ainda estuda o caso

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou também nesta quarta-feira que a Petrobras pode deixar o Equador se não houver acordo entre a empresa e o governo daquele país, repetindo o que dissera um dia antes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele acrescentou, no entanto, que a estatal brasileira precisa ser compensada por seus investimentos.

“Se as condições não forem favoráveis, no final das contas, a Petrobras sai. Desde que possa sair adequadamente, sendo compensada pelos investimentos que tiver feito.”

O chanceler destacou, no entanto, que o processo de conciliação tende a ser lento. "É uma negociação um pouquinho complexa. Nós temos acompanhado, dando apoio", disse.

O ministro disse que o Equador já manifestou a intenção de adequar as formas de exploração de petróleo no país, adotando o modelo de prestação de serviços. "Algumas empresas aceitaram, outras estão discutindo. Então, isso é uma questão normal".

Amorim lembrou que no final de setembro a Petrobras esteve envolvida em outro impasse com o governo equatoriano, quando devolveu o Campo 31, localizado no Parque Nacional Yasuni, por questões econômicas e ambientais.

"Naquele momento, conseguiu-se uma negociação, que pareceu adequada, uma compensação, porque era um campo que estava dentro da selva amazônica, então havia problemas ambientais e acabou-se encontrando outra solução", disse Amorim.

Vermelho

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