CTB presente na Marcha dos movimentos sociais na Bolívia

Uma marcha massiva de movimentos sociais, com representantes de vários países latino-americanos, chega neste sábado (18-10) à capital da Bolívia, La Paz, para pressionar o Congresso do país a aprovar a lei que convoca um referendo sobre a nova Constituição do país. O dirigente da CTB e da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Aldemir de Carvalho Caetano, participa da manifestação, expressando a solidariedade da classe trabalhadora e do movimento sindical ao governo de Evo Morales e às mudanças em curso no país andino.

“Passeatas de diferentes regiões da Bolívia estão chegando a La Paz em apoio à nova Constituição”, comenta Caetano. Para ele, é fundamental a solidariedade dos trabalhadores brasileiros, “pois se trata de um movimento comum a todos os povos latino-americanos, com a particularidade de que ali ocorre um dos processos de mudanças mais avançados que se coloca o objetivo de avançar no rumo do socialismo”.

Imperialismo será derrotado

“A nova Constituição”, prossegue o sindicalista, “é popular e progressista, por isto encontra uma forte oposição da direita e do imperialismo estadunidense. Com o apoio do governo Bush, as forças reacionárias locais querem desestabilizar o governo de Evo Morales e impedir qualquer tipo de transformação social, mas serão derrotadas junto com o imperialismo”.

“Estamos levando à Bolívia o apoio e a ativa solidariedade classista da nossa central, a CTB, e da FUP. A nova Constituição marcará um avanço social considerável para o povo boliviano, consagrando a nacionalização dos recursos naturais, que já foi efetivada pelo governo; instituindo a Previdência Social, a reforma agrária e uma distribuição mais justa da renda do país. Estou convencido de que a união do povo e a solidariedade internacional sensibilizarão o Congresso a aprovar o referendo constitucional. Tradicionalmente, as marchas dos movimentos sociais a La Paz são realizadas com o objetivo de derrubar governos. Desta vez, tem um sentido diferente, de apoiar o governo progressista e o objetivo socialista de Evo Morales”, enfatizou o líder petroleiro.     

 

Caso contrário, os mais de 15 mil representantes dos nove departamentos [estados] e organizações sociais, chegarão na próxima segunda-feira à cidade sede do governo para exigir um referendo sobre a nova carta magna.

Surco disse à Prensa Latina que à caminhada se somaram membros da Confederação Indígena do Oriente Boliviano (CIDOB) e vizinhos da humilde comunidade cruzenha, denominada Plano Três Mil, entre outros setores que apostam pelo processo de mudança.

Por outra parte, o presidente do Congresso e vice-presidente do país, Álvaro García, citou ao ente legislativo para hoje com o objetivo de analisar a convocação de um referendo a respeito da nova constituição e do tema agrário.

A sessão debaterá a aprovação de uma lei para realizar ambas as consultas, a segunda referida à máxima extensão de terras que pode possuir um cidadão (cinco mil ou 10 mil hectares).

Para isso, uma comissão de integrantes das quatro forças políticas com representação no Congresso assumiu deliberações sobre o texto constitucional, para superar as diferenças e submetê-lo à opinião popular.

O presidente Evo Morales instou hoje ao Congresso a aprovar uma norma que viabilize o referendo sobre a lei de leis.

Morales recordou que o ente legislativo não completou seu trabalho desde que, em 2006, aprovou uma lei sobre a criação da Assembléia Constituinte, encarregada de redigir a carta magna.

Em dezembro passado, na cidade de Oruro, a Assembléia concluiu a redação deste texto, que deve ser referendado de maneira democrática nas urnas pelos bolivianos, sentenciou.

Sobre a marcha, afirmou que tem caráter persuasivo e é também em defesa das autonomias, mas para os nove departamentos, e que incluam igualmente as regiões e os territórios indígenas.

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