Cerca de 400 mil funcionários públicos, agrupados em quinze associações, iniciaram nesta segunda-feira uma paralisação por tempo indefinido; demandam um aumento salarial de 14,5%.
A greve foi convocada pela Associação Nacional de Funcionários Públicos (ANEF, por suas siglas em espanhol), que não aceitou o reajuste salarial de 6,5% oferecido pelo Executivo na semana passada; portanto, hoje se cumpre uma segunda jornada de paralisação em menos de quinze dias.
O Chile amanheceu sem atendimentos nos serviços públicos; os hospitais trabalham somente com pessoal de emergência e nos consultórios não haverá entrega de leite, de medicamentos, nem de vacinas. Tampouco haverá atendimento médico programado e somente serão atendidas as emergências.
O presidente da Federação Metropolitana de trabalhadores da Saúde, Carlos Castro, informou que a partir dessa segunda-feira, terão uma atitude mais enérgica. "Até agora fomos moderados, respeitosos, muito humanitários", agregou.
Explicou que serão mantidos os turnos éticos nos hospitais, porém advertiu que se fosse necessário, os deixariam. "Estamos dispostos a fazer isso", advertiu Castro.
A Confederação Nacional de Funcionários Municipais (Asemuch, por sua sigla em espanhol) espera que pelos menos 345 municípios vão aderir à paralisação de 55 mil trabalhadores.
Tampouco está funcionando o Serviço de registro Civil, nenhum dos Ministérios, as fronteiras estão com pessoal de emergência e já se pode observar neles longas filas de caminhões.
À convocação somam-se as federações estudantis da universidade do Chile e os estudantes de ensino médio.
Reação do governo
O Governo chileno qualificou de "injusta" a paralisação por tempo indefinido de funcionários públicos que exigem um aumento salarial de mais de 14%.
O Ministro porta-voz do Governo, Francisco Vidal, declarou que "para o Governo essa é uma paralisação injusta; o debate entre as associações e o Governo devido à paralisação está sendo pago pelas centenas de milhares de chilenos que não merecem isso".
"Reivindicação justa dos trabalhadores fiscais não pode passar por cima dos direitos dos cidadãos que, por sua vez, têm o direito de fazer-se presente em todas as empresas públicas", enfatizou.
O ministro Vidal destacou que para o Executivo "é urgente" chegar a um acordo com os trabalhadores e declarou que os ministros a cargo da negociação, da Fazenda, André Velasco, e do Trabalho, Osvaldo Andrade, farão uma nova oferta, pelo que "esperamos que tudo isso se solucione no transcurso do dia".
Por sua parte, o ministro do Trabalho, Osvaldo Andrade, também se mostrou flexível ao afirmar que o governo prepara uma nova proposta de reajuste salarial que espera que seja negociada nas próximas horas com os dirigentes sindicais.
A notícia é da Telesul