Ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada é acusado oficialmente por genocídio

LA PAZ, 18 JUN – O Procurador-Geral da Bolívia, Mario Uribe, apresentou ontem a acusação oficial contra o ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada e seus ministros por dezenas de mortes ocorridas durante uma manifestação popular em outubro de 2003.

O ex-mandatário e 11 de seus ministros são acusados pelos crimes de homicídio, tortura, privação de liberdade, humilhação, censura, invasão de domicílios e outras ações contrárias a Constituição, informou a rádio La Plata, de Sucre.

Junto com o ex-presidente, foram indiciados pelos crimes, porém, apenas três deles ainda vivem no país: Adalberto Kuajara, Dante Pino Archondo e Erick Reyes Villa.

Os demais — Mirtha Quevedo, Jorge Torres Obleas, Javier Torres Goitia (que receberam asilo político no Peru), Hugo Carvajal (que vive na Espanha), Carlos Sánchez Berzaín , Jorge Berinduague e Guido Añez Moscoso (que estão nos Estados Unidos) e Yerko Kukoc, cujo paradeiro é desconhecido — residem no exterior e são considerados foragidos.

Após o incidente, em outubro de 2003, o ex-governante renunciou ao cargo pressionado por manifestantes e também se refugiou nos Estados Unidos.

A maioria das acusações se refere às 63 mortes e mais de cem feridos nos conflitos entre o exército — que tentava controlar os protestos — e os manifestantes, em setembro e outubro de 2003 na cidade de El Alto.

Segundo o procurador, uma vez aberta a ação judicial, será iniciada uma série de depoimentos das mais de duas mil testemunhas que se apresentarão tanto para a procuradoria quanto aos advogados dos parentes das vítimas.

 (ANSA)

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