Ato contra o golpe em Honduras nesta sexta-feira, 10 horas, no consulado de Honduras – Consolação, 3741

A CTB-SP está convocando seus militantes e os trabalhadores e trabalhadoras para a manifestação que será realizada na próxima sexta-feira (3), ás 10 horas, no consulado de Honduras (localizada Rua da Consolação, 3741) em defesa da democracia, contra o golpe e pela imediata restituição do presidente Manuel Zelaya. Será um ato unitário, com a participação de representantes de diversas entidades dos movimentos sociais.

A CTB também divulgou nota condenando o golpe e apoiando a greve geral pela democracia convocada pelo movimento sindical. Leia abaixo:

"A democracia foi alvo de um novo golpe militar na América Central, desfechado contra o governo democrático e popular de Honduras, presidido por Manuel Zelaya, que promoveu o ingresso do país na ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas) e convocou uma consulta popular por uma nova Constituição, contrariando os interesses das forças reacionárias, historicamente associadas ao imperialismo e que sempre conspiraram contra a democracia.
Zelaya foi deposto, sequestrado, preso e expulso para San José (Costa Rica) na manhã de domingo (28-6-09), dia em que seria realizado o referendo. Há informações de que os embaixadores de Cuba, Venezuela e Nicarágua (que pertencem à ALBA) também foram sequestrados.

"Os golpistas contaram com o apoio cínico e serviçal da mídia capitalista local e trataram de silenciar as vozes críticas, os meios de comunicação progressistas e os movimentos sociais. Decretaram toque de recolher de 48 horas, prenderam parlamentares, governantes e políticos que apóiam o presidente e o presidente do Legislativo, Roberto Micheletti, foi declarado novo presidente. O movimento sindical reagiu convocando a classe trabalhadora e o povo para uma greve geral que teve início nesta segunda-feira em defesa da democracia.

"A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) repudia com energia a intervenção golpista em Honduras, denuncia o seu caráter reacionário, obscurantista e antidemocrático, ao mesmo tempo em que manifesta solidariedade e irrestrito apoio à greve geral e à luta das forças progressistas e do povo pela restauração da democracia, pelo imediato retorno de Manuel Zelaya à Presidência, para a qual foi conduzido por força do voto dos hondurenhos, assim como pela prisão e punição exemplar dos golpistas.

"O continente americano vive um novo cenário político. Transformações progressistas estão em curso por vias democráticas e pacíficas, atendendo o clamor histórico por justiça social e a vontade soberana dos povos. Como se deu no passado (1964 no Brasil, 1973 no Chile, 1976 na Argentina, entre outras ocasiões) as classes dominantes, que nunca prezaram pela democracia nem pela soberania nacional, tentam abortar as experiências democráticas progressistas com intervenções de caráter fascista, que se fazem acompanhar de prisões ilegais, assassinatos em massa e tortura.

"Felizmente, as condições históricas já não são as mesmas. Desta vez, o golpe de Estado em Honduras foi condenado com veermência e por aclamação pela OEA (Organização dos Estados Americanos) e pela ONU. O próprio governo de Barak Obama se pronunciou contra os militares e políticos golpistas, sendo acompanhado neste sentido pela União Européia. O presidente Lula deixou claro que o Brasil não reconhecerá o governo golpista. São sinais positivos para a democracia no continente americano. Isolada, a direita obscurantista do país latino-americano deve ter o mesmo destino dos que tentaram interromper a revolução bolivariana com o golpe de abril de 2002 na Venezuela. Esperamos que sejam desmoralizados e rechaçados. Isto, porém, não ocorrerá sem luta – que o sindicalismo, de forma unitária e em aliança com as forças progressistas, já iniciou.     

"O episódio não deve ser analisado como um fato isolado, desconectado das iniciativas golpistas verificadas na Venezuela e mais recentemente na Bolívia, a violenta repressão contra os índios peruanos em nome do TLC (Tratado de Livre Comércio), ocorrida neste mês, e a provocação na fronteira do Equador em março de 2008, promovida por Uribe. São episódios que revelam que as mudanças sociais e políticas em curso não estão consolidadas e as forças progressistas terão de enfrentar e derrotar o arraigado conservadorismo das classes dominantes que, associadas ao imperialismo, não vacilam em recorrer ao fascismo para preservar seus interesses."

São Paulo, 29 de junho de 2009

CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

Wagner Gomes, presidente

Severino Almeida, secretário de Relações Internacionais

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