Solidariedade intenacional dá esperança ao povo hondurenho, diz Rafael Alegría

Em entrevista ao Portal APORREA, Rafael Alegría, dirigente de Central Nacional de Trabalhadores do Campo e assessor do presidente Zelaya, fala sobre a situação política em Honduras.

Aporrea: O presidente Zelaya anunciou na quinta-feira que voltará pra Honduras, como está a preparação para receber o presidente?

Rafael: Estamos prontos para receber o presidente Zelaya com uma grande mobilização. O povo hondurenho espera que Zelaya assuma o controle do Estado e de governo como o presidente legítimo e acabe com o desgaste e o confronto para seguirmos em um caminho de paz e tranqüilidade. O provo hondurenho aspira a reorganização do Estado democrático.

Aporrea: Hoje nós soubemos de ações violentas perto da residência presidencial, você tem informações?

Rafael: Foi realizada uma marcha pacífica que reuniu mais de 25 mil pessoas. A marcha foi terrivelmente oprimida pelo exército e a polícia lançou a partir de helicópteros bombas de gás lacrimogêneo contendo líquidos altamente tóxicos. O povo resistiu e, segundo os dados da Cruz Vermelha, mais de 50 pessoas ficaram feridas.

Aporrea: Qual é a situação social com o toque de recolher imposto pelos golpistas?

Rafael: Existem constantes ameaças aos líderes sociais, porque rejeitamos categoricamente Roberto Micheletti como presidente. Mais de 2 mil pessoas foram detidas durante o dia e noite na rua, em frente ao palácio presidencial. Hoje disseram que o toque de recolher será iniciado às 6h, mas vamos manter a resistência.

Aporrea: Muitos países retiraram seus embaixadores e anunciaram sanções econômicas e o isolamento do governo que assumiu após o golpe de estado. Como são os movimentos sociais interpretam estas ações?

Rafael: Nós recebemos muito apoio internacional e estamos satisfeitos, sobretudo quando a ALBA, o Grupo do Rio e a Organização dos Estados Americanos (OEA), incluindo as declarações do presidente dos Estados Unidos Barack Obama repudiam o golpe de estado. Estas ações refletem uma rejeição geral da América Latina, bem como a União Européia, de reconhecer e apoiar como o único presidente eleito do povo hondurenho o Sr. José Manuel Zelaya Rosales. Todas estas ações nos ajudam a manter o espírito aguerrido e a força do povo em todo o país. Temos sofrido uma forte repressão, mas não vamos desistir, pois o povo vai destituir o regime fascista de Micheletti e quer o retorno do Presidente Zelaya.

Aporrea: Há relatos de revoltas militares, você sabe algo sobre isso?

Rafael: Este golpe de Estado é promovido pelos militares e aposentados que no passado estiveram envolvidos com a violação dos direitos humanos, em meados dos anos 80. Há soldados que não compatilham da mesma opinião deles e militares dizem que só querem que as pessoas permaneçam pacíficas e não querem reprimir quem é contra o golpe.

Aporrea: Mais alguma coisa a acrescentar?

Rafael: Peço que o mundo inteiro, a partir de Honduras, mantenha a resistência e a solidariedade com o povo hondurenho e governo de Zelaya, pois o apoio internacional nos dá esperança de recuperar em breve o nosso governo.

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