Zelaya é impedido de entrar no país

Milhares de hondurenhos e de hondurenhas foram ao aeroporto de Tegucigalpa esperar a chegada do presidente legítimo do país, Manuel Zelaya. Entretanto, Forças Militares golpistas bloquearam a pista do aeroporto impedindo a aterrissagem do avião que trasladava Zelaya a Honduras.

Por este motivo, a aeronave, que levava ainda o presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Miguel D´Escoto, foi obrigada a desviar a rota, pousando em Manágua, Nicarágua. O chefe de Estado constitucional de Honduras, no entanto, afirmou que continuará tentando retomar o poder e, com ele, recuperar a ordem democrática do país.

Desde o golpe de Estado, realizado no dia 28 de junho, Honduras passa por fortes censuras e repressões por parte do governo golpista. Diversos movimentos sociais e autoridades de vários países rechaçam o governo de Roberto Micheletti e pedem o retorno do presidente constitucional do país. Em virtude disso, Zelaya tentou, ontem, retornar a Honduras.

Cerca de 200.000 pessoas marcharam até o aeroporto internacional de Tegucigalpa para esperar o retorno do presidente legítimo do país. De acordo com diversos meios de comunicação da América Latina, essa foi a maior mobilização após o golpe de Estado em Honduras.

As manifestações de apoio, porém, foram repreendidas pelos militares que estavam no local. Segundo informações da Telesul, as Forças Militares dispararam gases lacrimogêneos e balas contra manifestantes e jornalistas que estavam no local, o que provocou a morte de pelo menos um jovem e dezenas de feridos.

A Telesul afirma ainda que movimentos sociais, sindicais e sociedade civil de Honduras rechaçaram os atos violentos de ontem e anunciaram que, hoje, darão continuidade aos protestos pacíficos para exigir o retorno de Zelaya ao país.

Manuel Zelaya foi deposto momentos antes do início de uma consulta popular que definiria a colocação de uma quarta urna nas próximas eleições gerais, em novembro deste ano. Caso aprovada, a população hondurenha decidiria, na ocasião, se convocaria uma Assembleia Nacional Constituinte para redigir uma nova Carta Magna.

O governo golpista depôs o presidente no dia 28 de junho sob a justificativa de que Zelaya queria alterar a Carta Magna para continuar no poder, alegação negada pelo presidente constitucional. Roberto Micheletti, por sua vez, afirma que continuará na presidência de Honduras até janeiro de 2010, quando acaba o mandato de Zelaya.

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