Micheletti: renúncia só com garantia de que Zelaya não voltará

Sob o clima de intranquilidade que vive o país desde o dia 28 de junho, Roberto Micheletti, designado presidente depois do Golpe de Estado, admitiu a possibilidade de renunciar para impedir "um derramamento de sangue". Esse foi o assunto presente em todos os jornais hondurenhos de hoje. Mas sua disposição "heróica" teria uma condição: Manuel Zelaya não poderia voltar ao país.

Segundo informações de Micheletti dada à imprensa hondurenha, a decisão teria partido do grupo político que o acompanha e para a qual estaria disposto a aceitar um acordo. Mas não deu maiores detalhes sobre o assunto da renúncia, o que na avaliação dos movimentos sociais não gerou grandes expectativas de que realmente cumpriria com sua palavra.
Micheletti ainda sinalizou para a reunião que acontecerá no próximo sábado, em São José, Costa Rica, onde o presidente Óscar Arias inicia outra reunião em busca da estabilidade política do país. Mas adiantou que dessa vez não viajará ao país costarriquenho.

Aos 18 dias de Golpe de Estado, a situação no país segue sem controle. Militantes de entidades de classes, movimentos sociais e de diversas outras organizações continuam dividindo as ruas com as Forças Policiais, muitas vezes promotoras de repressão.

A Organização dos Estados Americano (OEA), que já suspendeu o país como membro, voltou a se manifestar ontem, afirmando que a situação somente voltará à normalidade quando Manuel Zelaya for restituído ao cargo de presidente para o qual foi eleito legalmente em 2005.
Segundo informou o jornal La Prensa, de Honduras, o procurador geral do Estado, Luís Rubí, reafirmou que Zelaya será capturado caso tente entrar no país. Rubí disse que o presidente deposto "gozará do devido processo com as garantias que a lei estabelece para que efetue sua defesa e, logicamente, lhe darão todos seus direitos e garantias que a Constituição lhe outorga".

No sábado, as comissões representantes de Zelaya e Micheletti deverão se encontrar em São José, na Costa Rica, onde o presidente costarriquenho e prêmio Nobel da Paz, Óscar Arias, media o diálogo entre os dois governos

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