Oscar Arias suspendeu o diálogo por 72 horas em busca de uma solução

Ao que tudo indica, a situação em Honduras ainda não está próxima de uma solução concreta. A segunda rodada de negociações, ocorrida no último sábado (18), na Costa Rica, terminou sem nenhum acordo entre a delegação do presidente constitucional, Manuel Zelaya, e a do governo de fato, Roberto Micheletti. O mediador da mesa e presidente da Costa Rica, Óscar Arias, por sua vez, suspendeu o diálogo por 72 horas para tentar convencer Micheletti a aceitar a proposta sugerida na mesa.

Na ocasião do diálogo, Arias apresentou um documento com sete pontos que foram discutidos entre as duas delegações. Dentre os pontos sugeridos pelo presidente costarriquenho, destacaram-se: a legitimação de Zelaya como presidente de Honduras até o fim do mandato; a declaração de uma anistia geral para todos os conflitos do golpe; a renúncia de Zelaya em colocar uma quarta urna nas eleições; e a antecipação das eleições em um mês.

De acordo com informações da TeleSul, os pontos de Arias foram bem recebidos pelos representantes de Zelaya, que aprovaram, principalmente, o retorno do presidente legítimo ao país nos próximos dias.

O líder da delegação de Micheletti, entretanto, não concordou com a restituição de Zelaya à presidência hondurenha, apresentando mais sete contra-propostas, como: o retorno de Zelaya a Honduras com as garantias necessárias para que possa exercer o direito ao devido processo ante os órgãos judiciais competentes do Poder Judicial; e a antecipação das eleições nacionais.

Arias, por sua vez, pediu, ontem (19) mais 72 horas para tentar convencer o governo de fato a aceitar o retorno de Zelaya à presidência. "Não posso renunciar ao trabalho por pelo menos mais três dias para resolver o desacordo e conseguir que se aceitem os sete pontos de minha proposta, em especial o primeiro", afirmou.
 
Ontem, diante dos fracassos das negociações, Zelaya afirmou, em coletiva de imprensa, que retornará ao país no próximo fim de semana "como manda a Constituição". "Se depois das 72 horas a comunidade internacional tiver apertado como deveria apertar o regime, que se sustenta com a ponta da baioneta, não duram nem 24 horas. Mas não podemos confiar, eu só confio em uma eleição pública transparente, livre e secreta. Tenho direito a defendê-la, não vou deixar sozinho o povo hondurenho nesta luta", sustentou.

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