Micheletti exigiu, ontem, a retirada da embaixada venezuelana de Honduras, rompendo, assim, a relação entre os dois países. Ao que tudo indica, a medida foi tomada pelo governo golpista devido ao apoio prestado por Hugo Chávez à Zelaya. De acordo com informações da agência estatal de notícias da Venezuela, o embaixador venezuelano, Armando Laguna, recebeu uma carta da vice-chanceler do governo de fato, Martha Lorena Casco, na qual exigia "a retirada dentro do prazo de 72 horas do pessoal diplomático, administrativo, técnico e de serviço da missão diplomática da Venezuela".
Segundo informações da Agência Digital Independente de Notícias (@DIN), a medida também seria ampliada para todas as delegações diplomáticas dos países integrantes da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), "o bloco de países com governos populares que inclui Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua e a própria Honduras".
O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da Venezuela, por sua vez, divulgou, ontem, um comunicado em que não reconhece a expulsão da embaixada. "[O governo venezuelano] ao não reconhecer em seu conjunto as autoridades ilegítimas que se estabeleceram como governo de fato na República de Honduras, desconhece o conteúdo da dita comunicação, por não construir uma manifestação oficial emitida pelo governo constitucional e legítimo", explica.
Além de agravar a ruptura da relação com Venezuela, Micheletti também não está agradando outros países da comunidade internacional. A situação piorou ainda mais para Honduras após o governo de fato rechaçar as pressões dos Estados Unidos e da União Europeia para aceitar o retorno de Zelaya ao país. De acordo com informações da Agência Digital, o Departamento de Estado estadunidense reafirmou, ontem, o apoio à mediação do presidente costarriquenho, Óscar Arias, e declarou que agora é o momento para o retorno da ordem constitucional em Honduras.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE) também pressionaram o governo golpista e insistiram que a negociação é a melhor saída para uma solução pacífica para a crise. Segundo a Agência Digital, segunda-feira passada (21), a presidência sueca do bloco regional da União Europeia divulgou um comunicado em que suspende 92 milhões de dólares em ajuda direta a Honduras: "Até que se encontre uma solução negociada, a UE seguirá restringindo os contatos a nível político com os representantes do governo de fato", destacou.
Agência Adital