Unidade foi a marca do Dia Nacional de Luta

A diversidade social, a pluralidade de representação política e a unidade foram as marcas do Dia Nacional de Luta, na grande manifestação realizada em São Paulo, na manhã do dia 14 de agosto.

 “Eu quero agora, eu quero já, eu quero ver meu salário aumentar”. “40 horas já para o emprego aumentar”. Estas foram algumas das palavras de ordem  repetidas pelos milhares de trabalhadores e militantes de diversos movimentos sociais, ecoando na avenida Paulista as reivindicações do Dia Nacional de Luta.

Foi uma manifestação massiva, que unificou as Centrais Sindicais e Movimentos Sociais e os partidos políticos de esquerda em defesa da redução da jornada de trabalho, reforma agrária e urbana, ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT, fim do fator previdenciário, do superávit primário, e por mais investimentos em saúde, educação e moradia.

CTB

Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) disse que os trabalhadores de todo o Brasil deram um grande exemplo de unidade, garra e determinação de lutar em defesa das suas reivindicações. “O nosso desafio é manter essa unidade dos movimentos sociais e centrais sindicais para realizar grandes mobilizações nacionais em defesa da redução da jornada de trabalho, que vai gerar mais de 2 milhões de novos vagas no mercado de trabalho. Vamos manter a centralidade da luta pela reforma agrária para as famílias plantarem e viverem com dignidade”, disse.

Eleições 2010

Wagner Gomes lembrou que no próximo ano os trabalhadores terão um grande desafio pela frente. “Devemos ficar atento para as eleições de 2010, quando haverá dois projetos em disputa: o projeto neoliberal e o projeto progressista, que apesar dos problemas que tem apresentado, é o melhor rumo para seguirmos. Vamos manter as críticas sobre tudo o que discordamos nesse governo, mas não podemos deixar que os neoliberais voltem a comandar a nação. Quem seguir pelo outro rumo vai cair da canoa e afundar nesse barco furado. Nós, da CTB, estamos do lado de quem quer caminhar ao lado das forças progressistas. Vamos nos preparar para levar mais de 100 mil trabalhadores em Brasília, para pressionar os deputados a votar a favor da redução da jornada de trabalho sem redução de salários”, concluiu o presidente da CTB.

Força Sindical

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, saudou a unidade representada na mobilização por diversos movimentos sociais. ”Hoje, em diversas cidades brasileiras, está sendo realizada uma grande mobilização nacional que demonstra a força da unidade dos trabalhadores. É essa unidade das centrais sindicais com os movimentos sociais que precisa ser mantida para conquistarmos a redução da jornada de trabalho, o aumento da aposentadoria, a reforma agrária, o fim do fator previdenciário, mais moradias e empregos para todos. Se a economia brasileira está realmente saindo da crise, os trabalhadores precisam ser valorizados, pois é necessário que tenham melhores salários e respeitem seus direitos, concluiu.

CGTB

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, disse que esta é uma hora de definições. “A defesa do pré-sal, do aumento real do salário mínimo e da redução da jornada para 40 horas semanais são bandeiras de todos os trabalhadores que nos diferencia dos neoliberais e privatistas que apostam no atraso da nação. O PSDB já privatizou tudo o que podia no governo FHC e, agora, quer entregar o que restou do patrimônio nacional para a iniciativa privada”, protestou o sindicalista.

CUT

Artur Henrique, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse que a luta pela aprovação da jornada de trabalho precisa ser intensificada no dia da votação no Congresso Nacional. ”Estamos realizando esta grande mobilização em defesa da redução da jornada de trabalho, pelo piso salarial nacional na educação, pela aprovação das convenções 151 e 158 da OIT, e precisamos continuar mobilizados para exigir que os deputados votem as medidas de interessa da classe trabalhadora. Também precisamos continuar a luta para tirar o governo do Rio Grande do Sul da corrupção patrocinada por Yeda Crusius (PSDB) também temos que fortalecer o enfrentamento ao governo de São Paulo, pois o Serra privatizou a última empresa pública de energia elétrica e o último banco estatal, paga o menor salário do país aos policiais militares, não dialoga com os movimentos sociais e ataca o direito dos trabalhadores. Mas devemos manter a unidade para fortalecer a nossa luta em defesa da redução da jornada de trabalho, colocando 100 mil trabalhadores em Brasília no dia da votação”, afirmou.

NCST

José Calixto Ramos, presidente NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores) defendeu uma luta radical em defesa das reivindicações dos trabalhadores. “A crise já fez seu estrago no mercado de trabalho, com demissões em massa em muitas empresas. Agora é hora de radicalizar a luta pela redução da jornada de trabalho para que mais pessoas possam trabalhar. A nossa central vai estar junto com as demais centrais e movimentos populares até a vitória final, ressaltou.

UGT

José Gonzaga da Cruz, represetante da UGT (União Geral dos Trabalhadores), defendeu que os trabalhadores precisam fazer uma séria reflexão sobre as eleições de 2010. “A UGT não vai flertar com os neoliberais. Nós estamos com o presidente Lula e vamos manter a luta em defesa dos nossos direitos e por mais conquistas. Devemos manter a unidade das centrais e movimentos populares para que sejamos mais fortes e determinados para conquistar a vitória das nossas reivindicações”, disse o representante da UGT.

Conlutas

O dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luis Carlos Prates, conhecido como “Mancha”, lembrou as mobilizações em todo o país e defendeu a edição de uma Medida Provisória para assegurar os empregos. ”Os trabalhadores estão realizando paralisações em várias empresas, em Campinas, Minas Gerais, Ceará e em outros estados. Em São Paulo nós fechamos a rodovia Anchieta e a Dutra e as manifestações avançam em todo o país com os sem teto, sem terra, trabalhadores do campo e da cidade, pois são os trabalhadores que estão pagando o preço da crise. Devemos exigir que o governo  edite uma Medida Provisória para impedir as demissões em massa. Esta mobilização é a prova de que o provo brasileiro quer lutar em defesa das suas reivindicações”, concluiu o sindicalista.

Intersindical

Edson Carneiro, o “Índio”, falou em nome da Intersindical, manifestando a discordância da sua central com a política de redução do IPI para as empresas que estão praticando demissões em massa. “É necessário que os trabalhadores exijam que o governo edite uma Medida Provisória para assegurar os postos de trabalho que estão sendo ameaçados pela sede de lucro dos patrões. Vamos intensificar a  luta contra os banqueiros, multinacionais e monopólios que buscam que os trabalhadores paguem pela crise", disse.

MST

João Paulo, dirigente do MST no Estado, defendeu a reforma agrária. “Esta jornada nacional de luta uniu os trabalhadores do campo e da cidade em uma grande mobilização que está ocorrendo em todo o país. Nós do MST estamos junto com todos os demais trabalhadores para lutar pela reforma agrária, e precisamos do apoio de todos para que o governo recomponha o orçamento para fazer a reforma agrária, que invista em melhorias nos assentamentos e reveja os índices de produtividade na agricultura. Nós defendemos mais investimentos em políticas públicas e em escolas nos nossos assentamentos. Nós convocamos todos os trabalhadores, e demais movimentos sociais, para que essa jornada de luta seja permanente e que possamos realizar um grande debate nacional sobre um novo modelo de desenvolvimento”, disse João Paulo.

PCdoB

João Batista Lemos, secretário nacional de políticas sindicais do PCdoB, ressaltou que a unidade é fundamental para avançar a luta por um novo projeto de nação, que passa necessariamente pela defesa do pré-sal, do nosso petróleo, pela valorização do trabalho, ampliação dos direitos sociais e da redução da jornada de trabalho. “Devemos radicalizar a luta de massa por um projeto de desenvolvimento solidário, que valorize os trabalhadores do campo e da cidade. Vamos ampliar a unidade para conquistarmos a vitória do nosso projeto progressista nas eleições de 2010”, afirmou.

PSTU

Zé Maria, dirigente nacional do PSTU, também defendeu que o governo precisa adotar medidas que garantam o emprego. “O Lula não tomou nenhuma medida para proteger os trabalhadores da ganância dos patrões na crise financeira internacional. Ao contrário, tem reduzido o IPI para as montadoras que já demitiram mais de 12 mil trabalhadores. Nós também defendemos a quebra da patente do remédio, conhecido como Tamiflu, para ser distribuído gratuitamente aos trabalhadores que estão ameaçados pela gripe suína”, concluiu.

PSOL

O deputado federal Ivan Valente representou o PSOL e defendeu um horizonte socialista para a classe trabalhadora. “Precisamos exigir que o governo federal suspenda o pagamento da dívida pública, pois só no anos passado ele gastou R$ 282 bilhões para engordar o cofre dos banqueiros, enquanto diz não ter dinheiro para investir na reforma agrária, melhorar a saúde pública e outros serviços sociais. Queremos abrir a CPI da dívida pública. Essa manifestação também tem que ser de solidariedade a todos os povos da América Latina que lutam contra a crise, por distribuição de renda, por justiça social. Vamos intensificar a luta popular, pois é isso que nos dá um horizonte socialista”, disse o deputado..

PT

O deputado federal Vicentinho representou o Partido dos Trabalhadores e criticou os empresários que não aceitam a redução da jornada de trabalho. “Após 14 anos de paralisação, a mobilização da classe trabalhadora fez com que a emenda saísse da gaveta. Porém, já nesta semana, alguns deputados, embora eleitos pelos trabalhadores, atenderam aos pedidos do empresariado fizeram com que a votação pela Comissão Geral fosse adiada em uma semana. Precisamos mostrar que a redução da jornada é nossa luta e por isso peço a vocês que enviem cartas a todos os deputados, pois os empresários reclamam de barriga cheia. É preciso uma grande mobilização unitária para garantir a aprovação redução da jornada de trabalho”, alertou o deputado

Partido Pátria Livre

Lindolfo dos Santos, em nome do Partido Pátria Livre, defendeu o enterro dos leilões de petróleo implantados pelo governo FHC. Vamos lutar pelo restabelecimento da Lei 2004, de 1953. "Esta será a grande batalha do movimento sindical e social brasileiro: garantir que as riquezas do pré-sal venham para um fundo de investimento para a saúde, educação, reforma agrária, investimento tecnológico, para que o Brasil cresça e gere empregos", destacou.

UNE

Augusto Chagas, presidente da União Nacional dos Estudantes, afirmou que “é necessário ressaltar o papel que esta unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais representa para a luta do povo brasileiro em defesa do emprego, da redução da jornada de trabalho, pela reforma agrária, por mais investimentos em educação, saúde e demais políticas sociais. Somente com esta unidade seremos capazes de derrotar o projeto neoliberal no Estado de São Paulo e a ditadura dos meios de comunicação que criminaliza os movimentos sociais. Essa unidade será capaz de construir um país com justiça social e distribuição de renda. Essa grande mobilização nos mostra o rumo da luta em defesa da escola pública e da melhoria da qualidade do ensino nas universidades brasileiras. A UNE, que sempre esteve ao lado dos trabalhadores, vai seguir lutando para que as mulheres, estudantes, jovens, negros, trabalhadores e todo o povo brasileiro passa ter melhor qualidade de vida.

UBM

Rosina Conceição representou a União Brasileira de Mulheres (UBM). “Estamos aqui para lutar pela soberania nacional e pelos nossos direitos, pois as mulheres continuam sendo discriminadas no mercado de trabalho, ganham menos que os homens e são as maiores vítimas do desemprego”, afirmou Rosina.

FDIM

Márcia Campos repudiou o golpe militar em Honduras ao falar em nome da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), “Nós devemos repudiar o retrocesso político em Honduras, onde um golpe militar tirou do poder o presidente eleito democraticamente pelo povo. Também devemos ficar atentos para a crescente presença militar dos Estados Unidos no continente e ao redor do nosso país. Esta preocupação foi manifestada pelo presidente Lula na reunião da Unasul. As bases militares dos Estados Unidos na Colômbia e a 4ª Frota que circula na nossa região revelam a cobiça que o nosso pré-sal está gerando. Eles estão de olho no nosso petróleo e cabe ao povo brasileiro defender, com unhas e dentes, a nossa soberania e as nossas riquezas naturais”.

Marcha Mundial das Mulheres

Soninha falou em nome da Marcha Mundial das Mulheres para defender a democratização dos meios de comunicação e um novo marco regulatório para as concessões públicas. ” Nós mulheres lutamos por outro modelo de desenvolvimento, que coloque a vida no centro das preocupações políticas. Também estamos aqui para denunciar que o governo Serra é um parasita que investe em propaganda, mas não faz nada para melhorar a qualidade de vida dos pobres. É o governo dos ricos, que não investe em melhorias no transporte, na educação e em moradia. Vamos ampliar a nossa organização para tirar esse governo parasita do poder.

UMES

Ana Letícia Oliveira Barbosa representou a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e disse que “os estudantes secundaristas participam da Jornada Nacional de Luta, porque é a luta dos trabalhadores em geral que tem garantido o aumento do salário mínimo, melhorias na educação básica e nas universidades. Foi essa luta que garantiu o ProUni. O nosso lado é o lado dos trabalhadores, o lado do crescimento com valorização do trabalho e distribuição de renda. E vamos continuar pintando as nossas caras até que o Brasil seja o país que queremos, acrescentou.

MTST

Guilherme Boulos, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse que “esta jornada de luta tem um efeito fenomenal na luta pela reforma agrária e urbana. E esta luta dos trabalhadores organizados em seus sindicatos, em suas centrais, nos movimentos sociais tem que continuar, pois é necessário intensificar a luta contra o desemprego, pela reforma agrária e urbana, para que todos possam morar e produzir.

No final do ato público foi apresentada uma saudação da Frente Nacional Contra o Golpe de Estado em Honduras, à Jornada Nacional Unificada de Lutas, que exigiu o restabelecimento de Manuel Zelaya à Presidência da República.

 
Assista ao vídeo da manifestação

Portal CTB

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.