Missão da OEA busca encontrar solução para golpe de Estado

Mais de 50 dias após do golpe de Estado em Honduras, a situação no país segue sem uma solução concreta. Por conta disso, hoje (24) à noite, o governo de fato, Roberto Micheletti, receberá a missão da Organização de Estados Americanos (OEA) para discutir sobre a situação no país.

De acordo com informações da Telesul, a missão tem o objetivo de encontrar uma saída para crise política e tentar a volta de Manuel Zelaya ao poder. Na oportunidade, os visitantes também se reunirão com organizações da sociedade civil, trabalhadores, líderes religiosos, candidatos à presidência e empresários.

Além de Miguel Insulza, secretário-geral da Organização, o grupo é formado pelos chanceleres: da Argentina, Jorge Taiana; do México, Patricia Espinosa; da Costa Rica, Bruno Stagno; da Jamaica, Kenneth Baugh; da República Dominicana, Carlos Morales Troncoso; do Canadá, Peter Kenty; e do Panamá, Juan Carlos Varela.

Permanecem também em Honduras o clima de tensão e o desrespeito aos diretos humanos. Por isso, várias organizações sociais nacionais e internacionais mobilizam-se contra o governo de fato hondurenho e os atos de violência ocorridos no país. Na semana passada, foi a vez da Rede de Mulheres contra a Violência de Nicarágua manifestar-se contra violações aos direitos humanos.

Na ocasião, a Rede de Mulheres enviou uma carta à Louise Albure, Alta Comissionada das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pedindo a instalação de um escritório do Alto Comissionado em Honduras, instrumento que serviria de apoio à população na defesa e no enfrentamento às violações dos direitos.

A situação dos diretos humanos em Honduras, conforme a carta enviada pela Rede de Mulheres, não é nada boa. Desde o golpe de Estado, ocorrido no dia 28 de junho, cidadãos e cidadãs contrárias ao governo golpista sofrem violentas repressões por parte da polícia e das Forças Armadas.

"Como bem é conhecido, o governo de fato, encabeçado por Micheletti, manteve uma zona do país, na fronteira com Nicarágua, sob estado de sitio de forma ininterrupta, durante mais de cinco dias, 24 horas por dia, o que é incompatível com a sobrevivência, e coloca as pessoas em risco de detenções arbitrárias. Igualmente impediu, durante estes dias, o abastecimento de alimentos, água, remédios e atenção médica à população deslocada a essa zona e pega entre reforços militares, impedindo, inclusive, que os negócios e as famílias residentes oferecessem seus serviços e sua solidariedade", ilustra.

Além disso, o texto ainda comenta casos de desaparecimento de cidadãos e liquidações de líderes políticos, assim como de assassinatos de pessoas que denunciam as agressões cometidas pelas forças militares. "Pedimos à senhora que considere esta petição, que nasce da indignação mais profunda, a impotência e o sofrimento por um povo irmão que sofre, dolorosamente, os efeitos de uma tomada de poder pela força, ultrajando a constitucionalidade e os mais básicos princípios da democracia, da justiça e dos direitos humanos", finaliza.
Direitos humanos e hondurenhas

Após o golpe de Estado, a situação das mulheres em Honduras piorou consideravelmente. De acordo com reportagem de Sara Lovera, noticiada pelo Serviço de Notícias da Mulher da América Latina e do Caribe (Semlac), somente nos primeiros dias do golpe, o feminicídio no país aumentou em 60%. Há, inclusive, sinais de assassinatos coletivos em alguns lugares.
Segundo a reportagem, a Promotora para a Mulher, Grisel Amaya, informou, em entrevista às integrantes do Observatório da Transgressão Feminista, na semana passada, que, em julho, 51mulheres foram assassinadas. Entretanto, ela afirma que a Promotoria não tem informações contundentes, pois há poucas documentadas sobre os casos de feminicídio.

Dessa forma, segundo reportagem de Trinidad Vásquez, publicada pela ALC, mulheres da América Latina realizam ações combinadas demandando a intervenção das relatoras internacionais para deter a violação dos direitos humanos das mulheres hondurenhas. De acordo com ALC, até agora, as dirigentes da Frente Feminista em Resistência e do Observatório da Transgressão Feminista conseguiram marcar uma audiência, em outubro, com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para discutir sobre golpe de Honduras.

Fonte Agência Adital de Notícias

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