Sorrateiramente, Caixa busca o TST

Mais um dia de greve na Caixa, o 22º. Mais um dia de truculência e desrespeito da diretoria da empresa e do governo para com os empregados.

Após a fracassada tentativa de fazer os gerentes irem às assembleias para derrotar a greve, a Caixa, presidida por uma funcionária de carreira e ex-dirigente sindical, toma mais uma medida fascista contra seus empregados: levar o movimento ao dissídio coletivo, na justiça do trabalho.

Não é a primeira vez que isso ocorre na Caixa. Em 2004, após 30 dias de greve, o impasse foi parar no judiciário. A resposta foi uma greve ainda mais forte em 2005. Em 2007, numa greve somente na Caixa, a empresa tentou a mesma manobra. A resposta dos empregados foi imediata, ampliação da greve, que paralisou cerca de 80% das atividades da empresa e conquistou a unificação da tabela de salários.

Agora novamente. Sorrateiramente a Caixa, empresa pública federal, tenta recorrer ao judiciário para solucionar um impasse que ela mesma criou, ao optar por não negociar com os empregados.

É mais uma tentativa de arrefecer o movimento grevista, que entra em seu 23º dia nessa sexta-feira.

Ao invés de buscar uma solução para os graves problemas e as justas reivindicações dos bancários, a Caixa, obviamente com a anuência do governo federal, age de forma truculenta. Vai ao Tribunal Superior do Trabalho e ainda lança uma nota em tom de provocação, apelando para a responsabilidade dos empregados.

Deveria a diretoria da Caixa e o governo federal ter responsabilidade para com clientes, usuários e empregados, negociando e chegando a uma solução para o impasse.

A diferença é que desde a Emenda Constitucional 45, de 2004, o dissídio somente existe se houver o “comum acordo” da empresa com as entidades sindicais.

Portanto, a única resposta possível, diante de mais essa provocação, é a ampliação e fortalecimento da greve

A greve continua, por salários decentes, elevação do piso salarial e isonomia entre novos e antigos.


J. Tramontini é dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, dirigente da CTB Paraná e membro da Coordenação Nacional dos Bancários Classistas

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