Novo horizonte para o setor naval

Este mês a Petrobrás arrendou o antigo estaleiro Ishibrás – que fica no Caju, centro do Rio – para a construção de sondas e plataformas do pré-sal. A decisão é extremamente importante para a economia do estado e dá um grande passo para a retomada da nossa indústria naval.

Resultado de uma articulação entre as entidades do Fórum da Indústria Naval – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Federação Única dos Petroleiros (FUP), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, Federação dos Metalúrgicos do RJ, Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Angra, Niterói e São Gonçalo. É importante registrar o papel extraordinário do governo federal, tanto por parte da empresa estatal quanto do presidente Lula.

Essa decisão da Petrobrás vai por fim à ociosidade de um espaço que ainda hoje representa o maior dique a céu aberto da América do Sul. E também à precarização dos trabalhadores que ali atuam. O estaleiro Ishibrás está praticamente parado, com menos de 200 trabalhadores empregados (Sermetal). São cerca de 400 mil m2 que já tiveram mais de 10 mil homens e mulheres trabalhando (final dos anos 70 e início dos 80).

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do RJ, Júlio Bueno, que também contribuiu para essa solução, está empenhado para que seja realizado um leilão do antigo estaleiro Caneco, hoje Rio Nave, o que resolverá dois problemas: a modernização da planta do estaleiro, com empregos de qualidade; e o cumprimento de um dívida social dos trabalhadores que foram demitidos em 1997 e que, ainda hoje, não receberam suas indenizações.

A recuperação do setor naval cria fortes oportunidades para a cadeia produtiva do estado e, principalmente, com mão de obra qualificada. Abre-se um novo horizonte para a categoria metalúrgica no RJ.



Maurício Ramos é presidente da CTB/RJ e diretor do setor naval do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro.

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