Economista que previu a crise defende controle de capitais na América Latina

A América Latina deve controlar a entrada de capitais para evitar uma excessiva apreciação de suas moedas e para se preparar para um fraco crescimento em 2010 por causa da lenta recuperação global, afirmou terça-feira (24) o economista Nouriel RoubinI.

O especialista, um dos poucos que conseguiu antecipar com precisão o tamanho da crise financeira mundial, prevê que a América Latina crescerá pouco mais de 3% em 2010. Roubini explicou que o enfraquecimento do dólar está gerando uma forte valorização das moedas em alguns países da Ásia e da América Latina, respondida pelos bancos centrais com a compra de reservas.

Entretanto, ele advertiu, durante videoconferência em um evento empresarial na capital argentina, que "a compra de reservas aumenta a base monetária e isso alimenta uma bolha de ativos e a inflação. E qual é a solução para isso? Atualmente, os mercados emergentes estão começando a pensar em controles de capital. Controles na entrada (de dinheiro), e não na saída", disse. "Acho que em alguns países emergentes, essa será a solução para evitar uma apreciação excessiva" de suas moedas, acrescentou.

O Brasil, por exemplo — cuja moeda se valorizou em cerca de 35% ante o dólar neste ano — implementou em outubro um imposto sobre a entrada de capital estrangeiro para aplicações em ações e renda fixa, que agora são obrigados a desembolsar até 2% do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Com agências

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