Formar, formadores e formadoras, um grande desafio!

O ano de 2009 marca um avanço significativo no trabalho de formação desenvolvido pelo Centro de Estudos Sindicais – CES. Fundado em 1985, o CES realiza cursos, debates, palestras, seminários inclusive relativos ao Planejamento Estratégico Situacional – PES,  das entidades sindicais.
No final de 2008, o CES, presidido por Gilda Almeida , fez um convênio com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB,  presidido por Wagner Gomes e que tem como Secretária de Formação e Cultura, Celina Areas. Foi a concretização desse convênio que permitiu a realização de muitas atividades de formação sindical, pelo Brasil afora. Somando-se todas as atividades referentes ao convênio – inclusive os 16 cursos realizados abrangendo 23 Estados – atingimos cerca de 1600 sindicalistas. Somando-se a estes, as atividades de formação desenvolvidas pelo CES relativas a outras entidades, chegamos a atingir 2400 pessoas.

Esse fato evidencia que há hoje, uma maior preocupação das entidades sindicais, no que se refere ao processo de formação dos seus dirigentes.Penso que essa tendência é decorrente da necessidade de se enfrentar os grandes desafios que se colocam, para o movimento sindical. Como enfrentar esse período de crise, em que, na maioria das vezes, o número de trabalhadores e trabalhadoras que participa das assembléias e que se sindicaliza é pequeno? Como enfrentar as novas técnicas gerenciais que colocam os trabalhadores e trabalhadoras como se fossem colaboradores e em que são aplicadas medidas para tentar ocultar a luta de classes? Como se situar diante de um governo cujo Presidente é oriundo do movimento sindical? Como entender a evolução do movimento sindical, desde sua origem? Como planejar adequadamente as atividades sindicais? Enfim, há uma série de questões que exigem estudos, debates, cursos e seminários.

Evidentemente, quanto maior for a procura por atividades de formação, maior a necessidade de formadoras e formadores capacitados. Geralmente, quando estamos terminando a realização de um curso , logo surge a questão: como e quando esse processo de formação irá continuar? Para aqueles que são professores e professoras dos cursos, essa questão tem um duplo sentido: por um lado, significa que os participantes do curso querem que o processo tenha continuidade, e isso é muito bom e, por outro, coloca a responsabilidade de viabilização dessa demanda. Tenho a convicção de que é necessária e urgente a formação de novos formadores e formadoras, em todos os Estados.

Por isso, a CTB e o CES promoverão no período de 24 a 29 de janeiro de 2010 ,o II Curso Nacional de Formação de Formadores, a ser realizado no Hotel Santa Mônica, em Guarulhos-SP. Os temas são: Planejamento Estratégico Situacional: como fazer, Cultura Brasileira, Projeto Nacional de Desenvolvimento, Sindicalismo Latino – americano. Além desses temas, os participantes do curso optarão entre Origem do Sindicato e História do Movimento Sindical Brasileiro, Concepções Sindicais, Transformações no Mundo do Trabalho e Análise de Conjuntura: como fazer. Pretendemos que os participantes possam assumir aulas, como já tem ocorrido entre os participantes do I Curso nacional de Formação de Formadores, realizado em janeiro de 2009.

Solicito aos leitores e leitoras dos vários Estados que estimulem a participação de sindicalistas, assessores, funcionários das entidades sindicais a participarem desse curso. A exigência é a de que tenham condições para transmitir os conhecimentos e a de que se proponham a efetivamente contribuir no processo contínuo de formação dos dirigentes e militantes sindicais.


Augusto Petta é professor, sociólogo, Coordenador Técnico do Centro de Estudos Sindicais (CES), membro da Comissão Sindical Nacional do PCdoB, ex- Presidente do SINPRO-Campinas e região, ex-Presidente da CONTEE.

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