Os desafios da CTB para 2010, um ano decisivo

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) completou neste mês de dezembro dois anos de existência. Nesse período conquistou sua legalização, organizou-se em todo o país e passou a atuar em todas as áreas nas quais o movimento sindical é chamado a pronunciar-se.

O II Congresso Nacional da CTB, realizado em setembro, analisou a vitoriosa trajetória desse período e aprovou um conjunto de resoluções para orientar a atuação da central nos próximos quatro anos.

Partindo dessas resoluções, apresentamos neste artigo as perspectivas para o ano de 2010. No plano organizativo, a principal tarefa da central é consolidar a sua legalização. Para tanto, a questão chave é ampliar o número de entidades filiadas, tarefa permanente que deve estar no topo das prioridades dos cetebistas.

A consolidação da legalização passa pelo fortalecimento da central nos estados e nos diferentes ramos. A CTB, para ser protagonista nacional, precisa se enraizar nos estados, ter fortes bases ancoradas em sindicatos capazes de impulsionar a luta dos trabalhadores em cada localidade.
Essa tarefa de maior estruturação da central precisa estar associada a investimentos crescentes nas áreas de comunicação e formação. Dialogar com segmentos amplos da sociedade requer uma comunicação criativa, diversificada, ágil, ferramenta indispensável para difundir o ideário classista da CTB.

A formação de novas levas de quadros e militantes sindicais capacitados é outra necessidade inadiável. Na conjuntura complexa em que os trabalhadores atuam, exige-se crescentemente, ao lado da combatividade, uma militância capaz de intervir de forma qualificada nos debates e nas lutas de opinião.

A política de formação e comunicação deve visar, prioritariamente, o trabalho com o jovem e a mulher trabalhadora. Hoje o espaço sindical é predominantemente masculino e de militantes com maior quilometragem rodada.

O sindicalismo precisa, portanto, encontrar respostas para dois desafios: a renovação e a incorporação das mulheres nos sindicatos, na medida em que a presença feminina no mercado de trabalho é uma realidade em expansão.

Para além das tarefas organizativas, os sindicalistas da CTB devem privilegiar o avanço da luta e da unidade dos trabalhadores. Nesse rumo, a principal batalha política do ano de 2010, sem a menor sombra de dúvida, serão as eleições gerais de outubro.

Para que os trabalhadores ocupem papel protagonista nessa batalha, a CTB reafirmou em seu II Congresso a proposta de realização de uma Nova Conclat. Essa nova conferência da classe trabalhadora terá como objetivo reunir todas as centrais sindicais brasileiras, aprovar uma plataforma e um plano de lutas e eleger uma coordenação para encaminhar essas resoluções.
A Nova Conclat proposta vai respeitar a autonomia de cada central, mas seu mérito principal será o de qualificar o debate, aprofundar a unidade, dar maior força e consistência às demandas dos trabalhadores, abrindo caminho para uma ação programática afirmativa nas eleições gerais do ano que vem.

O caminho para a construção dessa conferência já está sendo trilhado. As centrais sindicais brasileiras têm desenvolvido lutas comuns, a exemplo das marchas unitárias já realizadas e que anualmente ocupam as ruas de Brasília.

A plataforma básica é consensual: redução da jornada de trabalho sem redução de salário, política permanente de valorização do salário mínimo e da aposentadoria, fim do fator previdenciário, contra as demissões imotivadas, reforma agrária.
Essas reivindicações são parte integrante da plataforma básica dos trabalhadores. Preservar as conquistas obtidas e avançar no processo de mudanças em curso no país é a tarefa básica. A luta por um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho passa pela vitória das forças progressistas em 2010.

Por último, a CTB como central sindical classista, unitária e plural não pode abdicar do seu internacionalismo. Neste ano de 2010, a CTB deve continuar fortalecendo a Federação Sindical Mundial e ampliando sua participação nos fóruns dessa central internacional.

Paralelamente, deve intensificar sua atuação na América Latina e no Caribe, implementando as resoluções do II Encontro Sindical Nossa América e da Coordenadoria das Centrais Sindicais do Cone Sul.

Resumo da ópera: 2010 é o ano decisivo para fortalecer a CTB e a aprofundar a unidade das centrais, revigorar as relações internacionais, particularmente em nosso Continente, e conquistar uma grande vitória nas eleições gerais de outubro.


Nivaldo Santana é vice-presidente da CTB

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