Sensibilizar jornalistas e profissionais da comunicação para a defesa dos direitos da criança e do adolescente. É com esse objetivo que será lançado, no próximo dia 30, na Paraíba (região Nordeste do Brasil), o portal crianca.pb. Além de assuntos relacionados aos direitos da infância e da adolescência, o site terá um contador de violência contra crianças e adolescentes no estado.
O portal faz parte do projeto "A comunicação como ferramenta de garantia de direitos das crianças e dos adolescentes", realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano (SEDH) da Paraíba, com apoio da Associação de Prevenção à Aids (Amazona), do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca-PB) e da Petrobras, e financiado pelo Fundo da Infância e Adolescência (FIA).
De acordo com Joelma Oliveira, assistente de comunicação do projeto, o site surgiu a partir da necessidade de trabalhar a defesa das crianças e dos adolescentes nos meios de comunicação. "A comunicação ainda não tem essa preocupação com os direitos da criança", considera.
Segundo ela, a intenção é o que site sirva de subsídio para a cobertura jornalística sobre crianças e adolescentes. Para isso, além informações sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o criança.pb contará ainda com sugestões de pautas e banco de fontes. "Queremos que os jornalistas busquem outras fontes além das delegacias", afirma.
A preocupação é fazer com que a violência sofrida e a praticada por crianças e adolescentes não sejam as únicas notícias veiculadas sobre essa parcela da sociedade. Dessa forma, outros temas, como educação, saúde e lazer também estarão entre os destaques no portal.
De acordo com a assistente de comunicação do projeto, a ideia é realizar, ainda, formações e capacitações para repórteres, editores e produtores nas próprias redações da Paraíba. Além disso, o projeto está preparando campanhas para incentivar a divulgação dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Segundo Joelma, um desses incentivos será através de concursos para jornalistas de rádio, televisão, internet e impresso. Outro estímulo será uma campanha nas escolas estaduais e municipais para divulgar o ECA. De acordo com ela, a ideia não é que apenas jornalistas consultem o site e se informem sobre os direitos de crianças e adolescentes. Para Joelma, a intenção é formar uma rede para os direitos da infância e da adolescência. "As pessoas que trabalham com o assunto, as fontes [jornalísticas], também precisam conhecer os direitos da criança e do adolescente", acredita.
Contador de violência
Segundo dados do Centro de Referência Especializada da Assistência Social (Creas) da Paraíba, somente no ano passado, foram registrados 4.024 casos de violência contra crianças e adolescentes no estado.
Para alertar sobre o problema e chamar atenção de sociedade, governos e meios de comunicação, haverá, dentro do criança.pb, um hotsite com contador de violência contra crianças e adolescentes ocorrida no estado. De acordo com Joelma Oliveira, o contador será atualizado todos os dias com informações vindas de órgãos que trabalham com essa questão, como hospitais, conselhos tutelares, juizados e delegacias da criança e do adolescente.
Serão registrados casos de homicídio, abuso e exploração sexual, negligência, violência física e psicológica, afogamento, latrocínio e estrangulamento. Os dados serão disponibilizados de acordo com idade, sexo, cor e local onde ocorreu o fato. Para a assistente de comunicação do projeto, o objetivo é que o contador sirva não só de diagnóstico, mas também como uma ferramenta para se pensar em políticas públicas que mudem esse quadro de violência.
O portal estará disponível a partir do dia 30 no endereço www.crianca.pb.gov.br
Fonte Adital
