Sindicato dos Comerciários de Itabuna encara fusão com cautela

Enquanto muita gente soltou fogos com o anúncio de fusão das redes Ricardo Eletro e Insinuante, o Sindicato dos Comerciários de Itabuna, Bahia, encara a aliança com certa cautela e muita desconfiança.

O presidente do Sindicato, Jairo Araújo, não se ilude com as boas intenções da Máquina de Vendas, nova holding surgida da fusão, que, segundo seus acionistas, até 2014 pretende chegar a mil lojas e 30 mil empregados. Para ele, a fusão desses magazines faz parte do processo de centralização e concentração do capital, em detrimento da classe trabalhadora. “Essas fusões sempre representam bons lucros para as empresas e muitos prejuízos para os trabalhadores, faz parte da essência capitalista”, apontou.

Juntas, as duas redes contarão com 480 lojas espalhadas em 17 Estados do país e 15 mil empregados, representando o segundo maior grupo varejista do país, atrás apenas do Pão de Açúcar.

Apesar de Ricardo Nunes, dono da Ricardo Eletro, ter afirmado que o fechamento de lojas está descartado, Araújo acha difícil que não aconteça uma mudança na logística das lojas. “Se não houver demissões será ótimo, mas a prática tem demonstrado que a junção dessas empresas vem sempre acompanhada de enxugamento da folha”.

Para o sindicalista, as fusões e a conseqüente concentração de renda na mão de poucos grupos, implicam no fechamento de empresas menores. “A tendência é que as empresas locais desapareçam e isso terá impacto na vida desses trabalhadores”, observou.

Para evitar surpresas, o Sindicato está realizando reuniões com os trabalhadores da Insinuante e da Ricardo Eletro para discutir essas e outras questões, tais como a organização dos trabalhadores. “Numa situação como essa, a categoria precisa se manter atenta e organizada para não ser pega de calças curtas”, alertou Jairo.

Por Luiz Carlos Jr. – Assessor de Comunicação do Sindicato dos Comerciários de Itabuna

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