Professores do Pitágoras (MG) fazem paralisação dia 28

Os professores do Pitágoras, em assembleia na manhã desta sexta-feira (21), decidiram por unanimidade fazer nova paralisação no dia 28 de maio, quando será realizada uma assembleia às 15 horas, na Associação Médica de Minas Gerais (Av. João Pinheiro, 161 – Centro – BH). A paralisação ocorrida hoje será mantida nos turnos da tarde e noite.

Também foi aprovada a criação de um núcleo de professores para debater os encaminhamentos sobre a situação na Faculdade. O novo modelo pedagógico irá atingir não só as unidades de Belo Horizonte, mas todas da rede Pitágoras. O Sindicato dos Professores (Sinpro Minas) já solicitou a intervenção do Ministério da Educação (MEC) na instituição de ensino e aguarda o agendamento de uma reunião. O Ministério Público também será acionado.

Em reunião na quinta-feira (20), na Superintendência Regional do Trabalho (SRT), representantes da Kroton/Iuni (mantenedora da Faculdade Pitágoras) solicitaram ao sindicato que a paralisação marcada para esta sexta fosse suspensa, mas não apresentaram nenhum documento acerca das mudanças pedagógicas. Nova reunião está agendada para 31 de maio, quando a instituição ficou de apresentar oficialmente um documento com a proposta.

O projeto de mudanças com alterações na grade curricular e na carga horária e eliminação de disciplinas e cursos, assim como a possibilidade de demissões de professores, sem a preocupação com a qualidade do ensino, tem causado a indignação de docentes e alunos.

Os estudantes presentes na assembleia afirmaram que vão continuar com as manifestações na porta das unidades. Segundo um aluno, o diretor do Pitágoras Sandro Bonás afirmou que “os professores medíocres ou medianos serão demitidos”, mas não explicou quais os critérios dessa avaliação. “Não podemos aceitar essa indignidade”, manifestou um professor.

Na sexta-feira (21), a Faculdade marcou reuniões dos colegiados dos cursos. Vários professores alegaram que estariam sendo pressionados a assinarem documentos sobre as propostas de mudanças pedagógicas, sem que tenham sido debatidas, conforme prevê a LDB. “A situação precisa ser discutida de forma coletiva. Os professores não podem dar o jogo como vencido no meio da luta”, disse Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas.

Os docentes reivindicam a suspensão das mudanças anunciadas e a abertura imediata de negociação a respeito do projeto pedagógico (clique aqui e leia as reivindicações da categoria). Para a categoria e o Sinpro Minas, a reforma revela mais uma tentativa da Kroton/Iuni de reduzir custos e aumentar os lucros, com prejuízos para a qualidade do ensino e as condições de trabalho da categoria. Representa, na prática, uma medida voltada para atender os interesses do mercado financeiro.

Neste ano, a Kroton, empresa com capital aberto na Bolsa de Valores, expandiu seus negócios e adquiriu o grupo empresarial IUNI, que também atua no setor educacional. Neste primeiro trimestre, o lucro líquido ajustado foi de R$ 27 milhões, conforme balanço financeiro da própria empresa. A proposta de reforma pedagógica na Faculdade Pitágoras, visando à redução de custos, é um dos primeiros impactos dessa fusão.

Fonte: Sinpro MG

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