As flores da Previ

Os novos dirigentes da Previ, eleitos pelos funcionários e indicados pelo Banco do Brasil, foram empossados no último dia 1º. Nenhuma observação quanto aos eleitos. Nossa advertência se dá com relação aos indicados pelo banco. O BB indicou o substituto do presidente Sérgio Rosa, que não podia mais permanecer no cargo. Até aí tudo bem.

Não entro no mérito se o novo presidente indicado para a Previ tem lá suas ligações com José Sarney. O mundo bem informado da política sabe do poder do autor de Marimbondos de Fogo. O bigodudo não se satisfaz apenas com o controle do Senado. Manda no setor elétrico, através do ministro Edison Lobão, e agora expande seus tentáculos para a Previ.

O problema da sucessão dos dirigentes da Previ foi o BB substituir seus dois diretores indicados que teriam condições de permanecer nos cargos por mais dois anos.
Sei que promover a troca de dirigentes indicados é uma prerrogativa da empresa, mas esse fato é grave, pois gera problemas de governança na entidade. A Previ adota um sistema de substituição de seus diretores de maneira parcial. A cada dois anos troca-se uma parte da direção e outra, permanece, justamente para não haver perda de foco da gestão.
O todo poderoso senhor do Maranhão, aos poucos, vem tornando o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores reféns de sua sede de poder. Um dia exige um ministério no governo, outro, cobra cargos no maior Fundo de Pensão da América Latina, e na hora da eleição exige do PT o apoio para a eleição de sua filha Roseana Sarney, para continuar mandando no Maranhão.
Os interesses que envolvem o fundo de pensão são muito expressivos, por isso a preocupação e uma pergunta que não quer calar: O que pretendem o governo e o BB com a Previ? Ainda é cedo para sabermos a resposta dessa pergunta, mas é bom que nós, funcionários, fiquemos de barbas de molho, porque, pelo que parece, daqui pra frente nem tudo serão flores.


José de Souza é presidente do Seeb/SE
e membro do Conselho Deliberativo da Previ

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