Morte de mais um sindicalista confirma cenário caótico na Colômbia

Enquanto a Organização Internacional do Trabalho (OIT), na ocasião de sua conferência anual, tira a Colômbia da lista de países que violam as liberdades sindicais, ameaças e crimes contra sindicalistas continuam a acontecer no país. No último sábado (5), o dirigente sindical Hernán Ordoñez, que exercia a função de Fiscal da Seccional Valle da Associação de Empregados do Inpec (Aseinpec), foi assassinado a tiros na cidade de Cali. Ele vinha denunciando a corrupção no presídio feminino da capital do Valle, cujo sindicato é filiado à Confederação Geral do Trabalho (CGT).

Além deste assassinato, outra tentativa de homicídio aconteceu no mesmo dia, na cidade de Segovia, contra Jhon Jairo Zapata Marulanda, dirigente sindical da SINTRAMIENERGETICA Seccional Segovia e trabalhador da empresa Frontino Gold Mines. Marulanda ficou gravemente ferido.

As ações violentas acontecem no marco de um conflito de trabalho no qual os trabalhadores e aposentados rejeitam a intenção da Superintendência de Empresas, do Ministério de Minas e do Governo de Uribe Vélez, de vender os ativos da extinta Frontino Gold Mines para a multinacional canadense Medoro Resources.

Para o Comitê Executivo Funtraenergética, as ameaças são originárias dos defensores da venda, que deram um prazo de 15 dias aos dirigentes sindicais e aposentados para que renunciem à empresa e abandonem a cidade de Segovia.

“É absurdo que a OIT não tenha incluído a Colômbia na lista dos 25 países mais violadores dos direitos humanos, desconhecendo que desde os anos 80, vem ocorrendo um sistemático extermínio de dirigentes sindicais que já passam dos 4 mil”, declara o Comitê Executivo Funtraenergética.

“Por isso, rechaçamos energicamente estes atentados criminais, as ameaças aos dirigentes sindicais e populares, e exigimos da OIT, uma posição humana e de defesa da liberdade sindical, sistematicamente violada pelos governos e monopólios nacionais e transnacionais”, finalizam em comunicado.

Relatório

Foi divulgado nesta semana o Relatório Anual da Confederação Sindical Internacional (CSI), referente ao ano de 2009. O documento, que analisa a situação dos direitos sindicais em vários países, revelou que cada vez mais os defensores dos direitos trabalhistas estão sendo pressionados e eliminados.

Apenas em 2009, o número de sindicalistas assassinados chegou a 101, 30% a mais do que no ano passado. A maior parte das vítimas (48) era da Colômbia. Já na Guatemala foram assassinados 16 sindicalistas e em Honduras 12. Os demais trabalhadores foram vitimados em Bangladesh (6), Brasil (4), Filipinas (3), República Dominicana (3), Índia (1), Iraque (1) e na Nigéria (1). De acordo com o relatório, 22 dos trabalhadores assassinados eram dirigentes sindicais e cinco eram mulheres.

Com informações da Agência Adital

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