Apesar da Copa, desemprego aumenta na África do Sul

A ex-vendedora de telefones Siphathisiwe Mahlansu, 31 anos, encontrou durante a Copa do Mundo o emprego que não tinha desde janeiro. Contratada na última sexta-feira, ela trabalha temporariamente como segurança em um dos estacionamentos do Estádio Soccer City, em Joanesburgo. “Não é o melhor emprego do mundo, mas pelo menos é alguma coisa”, disse ela.

Siphathisiwe assumiu uma das 35 mil vagas de trabalho criadas na África do Sul pelo Mundial, segundo estimativa de uma consultoria contratada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Entretanto, a sua contratação, assim como a de muitos trabalhadores, não contribuiu para a queda do desemprego no país. Às vésperas do início da Copa, o número de desempregados aumentou.

De acordo com o relatório sobre o índice Adcorp de Emprego, divulgado na última terça-feira (22), um dos mais respeitados na África do Sul, o nível de emprego caiu 6,2% entre abril e maio. Pressionado pelas dispensas no setor da construção civil causadas, justamente, pela conclusão das obras da Copa, o indicador mostrou que a situação que já era ruim pode piorar.

Oficialmente, o índice de desemprego na África do Sul é de 25,2%. O percentual foi apurado pelo departamento de estatísticas do governo sul-africano no primeiro trimestre deste ano e consolidou a tendência de alta verificada desde o último trimestre de 2008. Naquele período, antes da crise econômica mundial chegar ao país, o desemprego atingia 21,9% da população economicamente ativa.

O presidente da Adcorp, Richard Pike, entretanto, espera índices ainda mais altos para os próximos meses. Em comunicado à imprensa, ele afirmou que trabalhadores de baixo nível educacional estarão entre os mais afetados pelas demissões.

Para a consultora Gillian Saunders, da Grant Thornton, contratada pela Fifa, a influência da Copa no mercado de trabalho sul-africano ainda é positiva. Segundo a empresa, sem o evento, os índices de desemprego poderiam ser ainda maiores. Um relatório produzido pela empresa mostra que 174 mil postos de trabalho foram mantidos na África do Sul devido ao Mundial.
Ela destaca também o papel estratégico do evento para a formação da mão-de-obra sul-africana. “Trabalhadores foram treinados e educados para o Mundial”, diz ela. “Estarão mais preparados para conseguir um emprego depois da Copa.”

A segurança temporária Siphathisiwe espera mesmo que sua experiência profissional durante o Mundial conte depois do torneio. Isso porque, para ela, o fim da Copa será o início da procura por um novo emprego. “Vou ter que procurar um novo trabalho”, prevê ela. “Qualquer emprego serve”.

Agência Brasil

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