Justiça uruguaia ratifica condenação a ex-repressores da ditadura

A Justiça uruguaia confirmou nesta semana a condenação de seis repressores da ditadura militar do país (1973-1985) por 28 “homicídios especialmente agravados” relacionados aos traslados clandestinos de detidos em 1976.

O Tribunal de Apelações ratificou a sentença emitida em fevereiro pelo juiz Luis Charles contra os ex-militares Jorge Silveira, Ernesto Avelino Ramas, Gilberto Vázquez e Luis Maurente, e os ex-chefes policiais Ricardo Medina e Jorge Sande Lima, disseram à ANSA fontes judiciais.

Segundo as fontes, a Justiça encontrou “a existência de provas suficientes e categóricas” sobre a responsabilidade dos seis ex-policiais e militares nos crimes investigados, baseando-se no testemunho dos sobreviventes e documentos relacionados à época.

Silveira, Ramas e Vázquez foram condenados a 25 anos de reclusão, enquanto Maurente, Medina e Sande a 20 anos.

Em março de 2009, os seis repressores, junto a José Nino Gavazzo e Ricardo Arab, foram condenados em primeira instância pelo sequestro na Argentina, traslado clandestino ao Uruguai e posterior desaparecimento de 28 cidadãos uruguaios.

Os episódios ocorreram dentro do chamado Plano Condor, repressão coordenada pelas ditaduras do Cone Sul (Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai, além do Brasil).

Entre as vítimas dos crimes estaria María Claudia García, nora do poeta argentino Juan Gelman. Na época, ela foi detida na Argentina e entregue à polícia uruguaia. Na prisão, a jovem deu à luz Macarena Gelman.

Com informações da Ansa Latina

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