SC leva aprendizado de tragédia a regiões afetadas pelas chuvas no NE

Técnicos de diversas áreas de Santa Catarina estão em Alagoas nesta quinta-feira (8) para passar a experiência de socorro às vítimas e reconstrução após a tragédia vivida no Estado do sul no final 2008 por conta das chuvas. As “lições” estão sendo apresentadas a integrantes da Defesa Civil e órgãos alagoanos que participam da operação pós-enchentes.

Segundo o coordenador do Departamento de Defesa Civil de Santa Catarina, major Émerson Emerin, a burocracia para reconstrução das casas em locais seguros é o maior desafio à vista das autoridades alagoanas.

Ele explica que, um ano e sete meses depois as chuvas que deixaram 135 mortos, a maioria das cerca de 80 mil desabrigadas ainda mora em abrigos coletivos ou em casas alugadas, pagas pelas prefeituras.

“O problema é que tivemos que identificar áreas, fazer a compra desses terrenos e isso durou, em alguns casos, mais tempo que o decreto de emergência, de 180 dias. Sem o decreto em validade, tivemos que passar por todo o processo de licitação. As casas estão sendo construídas, algumas já foram entregues, mas há essa dificuldade para garantir que a tragédia não se repita”, explicou.

Outro ponto citado problemático foram as doações feitas pela população. “Nem tudo funcionou como a gente queria. O controle desses donativos foi uma coisa problemática. Tinha gente que levava as doações direto aos municípios, e não passava pelo nosso controle. Por isso tivemos problemas de desvio, de descarte de roupas sujas ou danificadas. E você precisa de gente para essa triagem. E na primeira semana você tem milhares de voluntários, na segunda semana isso cai pela metade e depois de um mês não há quase ninguém”, ressaltou Emerin.

O major explicou que uma das melhores formas de ajudar é com o depósito nas contas correntes abertas para ajudar os desabrigados. “Essa doações foram fundamentais, já que pudemos ter um controle e planejar os gastos. Foram R$ 36 milhões arrecadados, e que nos ajudaram na construção das casas”, explicou.

Segundo Emerin, é possível aproveitar a lição da tragédia e construir cidades melhores e longe de riscos. “Santa Catarina aprendeu com a dor. Depois daquela tragédia, um decreto proibiu a ocupação em áreas destruídas. E isso tem que ser feito aqui”, disse.

Interlocução com o governo federal

O chefe da comitiva catarinense e diretor da Secretaria de Estado de Planejamento, Túlio Tavares, assegura que o Estado precisa manter uma interlocução com o governo federal para garantir um trâmite rápido na liberação de recursos após o socorro inicial.

Segundo ele, as tragédias nos dois Estados foram semelhantes, e a visita serve para que Alagoas não repita os erros catarinenses e garanta uma reconstrução mais rápida das áreas atingidas.
“O apoio federal é fundamental nesse momento, mas a burocracia é muito complicada. Quando o presidente vem aqui e anuncia o recurso, as pessoas pensam que ele trouxe com o dinheiro no bolso e entrega ao governador. Mas não é assim, e é preciso, além de paciência, uma articulação para manter esse contato para desatar os nós burocráticos que vão aparecendo”, explicou.

Com informações do Uol

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