Centrais mineiras exigem providências contra a criminalização de trabalhadores

Representantes da CTB, CUT, NCST e Conlutas em Minas Gerais tiveram uma audiência nesta terça-feira (13/07) com Emília Facchini, vice-presidenta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-3ª Região). O encontro foi solicitado pelo Fórum das Centrais Sindicais no estado e aconteceu na sede do Tribunal em Belo Horizonte.

Os trabalhadores solicitaram mais abertura para o diálogo com sindicatos e centrais, além de providências contra a criminalização dos movimentos de trabalhadores organizados. Um caso emblemático, citado durante a audiência, foi a greve dos rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana, realizada em fevereiro deste ano. O TRT-3ª Região considerou o movimento ilegal e, durante instrução, chegou a ser imposta multa de R$ 300 mil por dia, fora o bloqueio das contas bancárias e bens das entidades sindicais e 24 dirigentes.

“Essa audiência teve o importante papel de discutir e afirmar a liberdade e autonomia do Movimento Sindical” avaliou José Antônio de Lacerda, o Jota, presidente em exercício da CTB Minas. Ele destacou que a Justiça do Trabalho não pode ser conivente com atuação das classes patronais que, nesse momento de crescimento econômico do País, radicalizam sua postura conservadora em defesa dos próprios lucros.

“Foi um evento importante, pois falamos e fomos ouvidos. Houve a possibilidade de denunciar a ação do Tribunal, que tem criado situações graves na relação empregado e empregador”, declarou o Secretário Geral da CUT-Minas, Carlos Magno. Ele acredita que a audiência com Facchini abriu um canal confiável de diálogo com o TRT – 3ª Região.

Já o vice-presidente da NCST no estado, David Eliude Silva, disse que a audiência foi “estratégica”, uma vez que a vice-presidenta do TRT-3ª Região é a responsável pelas audiências de dissídio coletivo. Eliude acredita que a unidade das Centrais Sindicais deixou mais visível a mobilização contra as práticas antissindicais. “Deixamos claro que estamos atentos e vigilantes às decisões dos tribunais e não vamos ficar de braços cruzados”, completou.

Segundo as informações dos sindicalistas, a audiência ocorreu em clima de tranqüilidade. Emília Facchini teria se colocado à disposição para dialogar com as entidades de trabalhadores, sempre que solicitada. O Fórum das Centrais Sindicais ainda vai pleitear audiências com o comando geral da Polícia Militar e com a presidência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Fonte: Verônica Pimenta – CTB-MG (fotos: Rogério Hilário)

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