Sob uma garoa fina e insistente, trabalhadores em educação da Rede Estadual da Bahia realizam nesta terça-feira (27) uma greve de 24 horas e uma grande manifestação em frente ao Fórum Ruy Barbosa, no Campo da Pólvora, em Salvador com o objetivo de acelerar o julgamento e pagamento da URV.
Os docentes reivindicam aumento salarial entre 11% e 17%, dependendo da faixa salarial, com reajustes mais altos para as faixas mais baixas. A proposta, encaminhada à prefeitura da capital no dia 21, entrou na pauta de votação da Câmara Municipal na última segunda-feira (26), mas não houve quórum para a votação.
Caso a votação seja realizada e o aumento não seja concedido, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado da Bahia (APLB-Sindicato) informa que a categoria entrará em greve por tempo indeterminado. Uma nova assembleia dos professores já foi marcada para quinta-feira (29).
Alerta
No caso da rede estadual, a paralisação de advertência, de 24 horas, é a segunda, de uma série de três, definidas pela última assembleia da categoria, realizada em maio. Os professores reivindicam rapidez no julgamento da reposição salarial de 11,98%, que teria sido a perda resultante da adoção, no Brasil, da Unidade Real de Valor (URV), moeda provisória que antecedeu o real.
Na manifestação, além dos profissionais da educação da capital, estiveram presentes dezenas de professores e outros trabalhadores que vieram em caravanas do interior. As próximas manifestações estão programadas para 25 de agosto e 30 de setembro.
Mobilização
Este ano, a APLB-Sindicato realizou diversas assembleias em março, abril e maio e liderou paralisações pelo pagamento da URV. Além disso, a entidade intensificou as atividades no mês de maio com Plenária dos Coordenadores Pedagógicos (em 17 de maio), Seminário sobre Processo de Avaliação/Mudança de Grau (em 18 de maio).
A cobrança pelo suposto prejuízo dos professores da rede estadual está na Justiça desde 2004. Naquele ano, foi dado ganho de causa aos docentes, mas o Estado recorreu da decisão. Segundo a Procuradoria-Geral do Estado, o governo da Bahia aguarda decisão final sobre a questão, a cargo do Supremo Tribunal Federal.
Cinthia Ribas com informações da APLB-Sindicato da Bahia