Camponeses colombianos rompem silêncio e denunciam chacinas

Os camponeses colombianos da nortenha zona de San Onofre, departamento Sucre, romperam o silêncio e decidiram expressar suas denúncias aos meios de comunicação em relação às chacinas cometidas pelos paramilitares desde sua incursão neste território há mais de 10 anos.

O Movimento de Vítimas na Colômbia registrou mais de 75 massacres com mais de 4 mil vítimas desde que chegaram os insurgentes ao povoado onde grande quantidade dos falecidos está enterrada em uma vala comum, enquanto que várias pessoas deslocadas não conseguiram voltar aos seus lares porque o Estado não lhes oferecem garantias suficientes.

Várias pessoas deram seus testemunhos sobre o assassinato e mutilação de alguns de seus companheiros e posterior enterro em valas comuns e do incêndio de fazendas pelas mãos dos paramilitares para que não houvesse qualquer evidência dos campos de concentração e treinamento que empregavam nesta zona.

“Aqui os enterravam, faziam um buraco pequeno, picotavam as pessoas e as enterravam por pedaços”, narrou com exclusividade para a TeleSUR, Jairo Aranda, camponês da zona.

“Daqui tiraram uns [corpos] e do acampamento debaixo tiraram quatro corpos, e supomos que deve haver mais, por isso é melhor que se busquem os corpos desaparecidos”, agregou o morador da zona.

A correspondente da teleSUR na Colômbia, Angie Camacho, deu conta do depoimento das pessoas em San Onofre, onde vários campesinos pediram aos outros expressar o que sabem sobre os assassinatos de seus companheiros, apesar de estarem ameaçados de morte.

Eder Torres, trabalhador da zona, disse às pessoas que “se ficam calados vão matá-los mais fácil e vão lhes retirar a fazenda” e agregou que “vamos dizer à comunidade internacional realmente a crise humanitária que se vive nesta região”.

Entretanto, familiares de um dos líderes do Movimento de Vítimas na Colômbia, que se presume, perdeu a vida por causa dos paramilitares, denunciaram que no povo persiste a presença desses grupos ilegais nesse território e supõem a existência de cumplicidade por parte das autoridades.

Com informações de agências

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