Trabalhadores promovem manifestação contra privatização da CAERN

Os funcionários da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte) participaram de uma grande manifestação, no último dia (15), em frente à sede da instituição, na avenida Salgado Filho, em Natal. Há 40 anos atendendo a população do nosso Estado, a Caern está ameaçada.

São 165 sistemas de abastecimento de água distribuídos em 152 sedes de municípios e 13 localidades do RN. Representantes do movimento sindical e popular e partidos políticos se uniram aos trabalhadores da Caern na luta contra o processo de privatização que está sendo imposto pela prefeita de Natal Milcarla de Souza.

Parlamentares presentes na atividade chamaram a atenção da população para essa questão. “O motivo dessa mobilização é chamar a atenção da sociedade para a defesa do interesse público, que está ameaçado pela concessão desses serviços para o setor privado. O que a prefeita Micarla está fazendo é o terceiro ato de uma peça de péssimo gosto. Ela tentou criar uma Caern municipal em maio do ano passado, mas a reforma administrativa mostrou como isso era nocivo para o povo e os vereadores não aprovaram essa proposta. Depois ela tentou aprovar no conselho de saneamento um Projeto de Lei, com a possibilidade da Caern fazer uma subconcessão, sobretudo na Zona Norte. A Caern não pode subconceder um poder que não é dela. Agora vem esse ato de tornar caduco o contrato entre a Prefeitura de Natal e a Caern para permitir a entrada do setor privado. Nós achamos que essa denúncia é fundamental para que Natal se mobilize contra esse crime”.

Segundo Jan Varela, do Sindicato dos Jornalistas, “a Caern constitui um sistema estadual em que um município compensa o sistema de outro. É importante alertar para a importância desse movimento em defesa da Caern enquanto órgão público, um patrimônio da população”.

Wilson Farias afirmou que “identifica nesse processo o interesse do grande capital, que é justamente para pegar os fundos da produção de uma empresa lucrativa, que tem um trabalho na sociedade há décadas. A população não pode pagar uma água cada vez mais cara, com um tipo de serviço que a gente já viu através da Iberdrola, quando os espanhóis vieram e privatizaram a nossa energia. Acabaram com os programas sociais da Cosern, como o Pau Amarelo, que possibilitava que as pequenas comum idades tivessem acesso a energia barata. Isso também poderá ocorrer com os serviços de água. Portanto, nós somos contra a política de privatização”.

moacirPara Moacir Soares, da CTB, “nós temos que nos unir para resistir e dizer que a Caern tem que permanecer fortalecida e prestrando um serviço com excelência. Somos defensor do patrimônio público. Não podemos aceita esse desmonte da máquina pública. A CTB é contra qualquer tipo de privatização, seja na esfera federal, estadual ou municipal. Nós somos contra a entrega de qualquer serviço público para o capital privado. Esse é o papel da CTB”.

O presidente do Sindágua, Alberto Moura, afirmou que a prefeita de Natal está tentando pela terceira vez privatizar o saneamento de Natal. Nós repudiamos esse tipo de atitude, entendendo que os serviços de saneamento tem que ser público, do povo. Não pode de forma alguma ser entregue a grupos privados que só visam o lucro. Então, estamos nessa luta para que o saneamento continue público para universalizar o atendimento a toda sociedade norte-riograndense. Nós formamos a frente municipal de saneamento contra a privatização em Natal, formada por mais de quarenta entidades. Justamente para que a gente possa fortalecer a luta e poder levar ao conhecimento da sociedade o problema do saneamento e a luta para que evite que se privatize esse setor que é de fundamental importância para a sociedade.

Ao final do ato, os manifestantes sairam em passeata até a Câmara Municipal de Natal, onde foi realizado mais protestos contra a entrega da Caern ao setor privado por parte da Prefeitura de Natal.

Fonte: www.foque.com.br

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.