Adoniran Barbosa: 100 anos de um dos artistas mais populares do Brasil

Nascido em Valinhos, em 6 de agosto de 1910, no interior de São Paulo, João Rubino, foi criado em Jundiaí e tornou-se um paulistano por opção. Costumava usar chapéu, terno, gravata borboleta e ficou mundialmente conhecido como Adoniram Barbosa, um dos mais singulares compositores da música popular brasileira.

O pseudônimo de Adoniran Barbosa foi adotado em 1935, em homenagem aos amigos Adoniran Alves e Luís Barbosa. Como andava muito, Adoniran ia cantando, para encurtar as distâncias. Foi assim que se acostumou a compor andando, mas, para ele, os sambas que compunha eram passatempos.

Figura singular, lembrado por letras bem humoradas, suas canções carregam uma melancolia disfarçada. Além de compor e cantar, Adoniran percorria a cidade, ruas, favelas e bares e tudo que via e ouvia transformava em canções e vivia batucando seus sambas em caixinhas de fósforos, compôs canções famosas como: As Mariposa, Bom Dia Tristeza, Chum Chim Chum, Despejo na Favela, Filosofia, Iracema, Malvina, Nóis Não Usa Os bleque Tais, Ói Nóis Aqui Traveis, Praça da Sé, Samba do Arnesto, Saudosa Maloca, Tiro ao Álvaro, Trem das Onze, Viaduto Santa Efigênia.

Com um vocabulário simples e um modo peculiarmente popular de se expressar, seus sambas geralmente são batucadas em tom descontraído, que mais cedo ou mais tarde todos chegam a refletir sobre as histórias. Este é o caso de Despejo na Favela que disfarça a tristeza da letra por meio do ritmo exuberante.

Adoniran Barbosa não foi apenas um cidadão apaixonado por São Paulo. Suas músicas registram transformações ocorridas na capital paulista entre as décadas de 1930 e 1980 e falam de sua gente, focando relações sociais e amorosas, dores e alegrias.

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Abandonou a escola cedo, pois não gostava de estudar e necessitava trabalhar, para ajudar a família de sete irmãos, isso lhe rendeu muito preconceito, tanto que em 1974, algumas canções que entrariam no primeiro LP foram censuradas sob a recomendação do autor que o mandou voltar para o Mobral (antigo movimento de alfabetização).

Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando e a impossibilidade de sair de casa pela noite, o sambista dedica-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Grava algumas músicas ainda, mas com dificuldade – a respiração e o cansaço não lhe permitem muita coisa mais – dá depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística, mas compõe pouco.

Adoniran Barbosa morre em 1982, aos 72 anos de idade.

Fonte: informações de agências

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