Servidores do Judiciário mantêm greve nos Estados

Em greve, funcionários do Tribunal de Justiça de diversos regiões do país, intensificaram na última quarta-feira (5) suas ações e decidiram pela manutenção da paralisação que já completa 90 dias em alguns Estados.

Em São Paulo, os trabalhadores decidiram em assembleia, nesta quarta-feira, que vão continuar em greve. Eles estão parados há cem dias.

Cerca de mil servidores públicos participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo. Eles pedem reposição salarial de 20% e que o tribunal pare de descontar os dias parados.

Um representante do Tribunal de Justiça esteve na audiência pública e disse que nesta quinta-feira (5) ou na sexta (6) o presidente do tribunal vai receber uma comissão de servidores para tentar acabar com a greve.

90 dias

Em Mato Grosso, a greve dos servidores do judiciários completou 90 dias na quarta-feira completou-se 90 dias. Em Barra do Garças, a data foi tristemente lembrada ncom protestos e entrevistas nos veículos de imprensa da cidade. O representante do sindicato, Newton Milhomem, voltou a pedir o apoio da sociedade nas negociações com a direção do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Barra do Garças (OAB-BG), Sandro Saggin, disse que diferente do que pensa a OAB estadual, a OAB-BG entende que a sociedade deve pressionar o Tribunal de Justiça (TJ) porque é ele que tem o poder de resolver o problema e não os funcionários. “Nós discordamos da OAB estadual pela morosidade que o TJ está levando esse assunto” frisou Saggin.

O presidente da OAB-BG acrescentou que é contra tornar a greve ilegal e retirar o direito de protestar dos servidores. Saggin acompanhou o representante do sindicato nas emissoras de rádio e TV manifestando a solidariedade aos grevistas.

Milhomem disse abertamente que o maior entrave na negociação com o TJ é a reposição da Unidade Real de Valor (URV), direito adquirido pelos magistrados e servidores, desde que houve a mudança da moeda de cruzeiro para real, há 16 anos, mas que somente os magistrados, parentes e assessores estão recebendo.

O benefício foi assegurado desde 2007, mas segundo Milhomem, R$ 260 milhões foram empregados para pagar os magistrados. “Nós ainda não recebemos e não há previsão por parte do TJ” destacou. Segundo Milhomem, são necessários mais R$ 213 milhões para atender aos servidores, entretanto a presidência do TJ não sinalizou quando isso vai ocorrer.

O presidente do sindicato colocou mais três itens indispensáveis para categoria nessa negociação, que são: auxílio alimentação, que era uma contrapartida prometida pelo TJ; cumprimento da resolução 48 que eleva de nível médio para nível superior Direito e cumprimento da lei da jornada de 7 horas de trabalho com percentual de 16,66%.

Apagão

Ao som do saxofonista Lucas Farias, os servidores do Judiciário Federal e do MPU de Maceió, realizaram o ‘Apagão’ no judiciário, na tarde da quarta-feira. A paralisação de 24 horas aconteceu em frente em frente ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na Praça Sinimbú, no Centro da capital alagoana.

O ato que foi denominado de “Apagão”, marca o retorno das atividades de mobilização mais intensificadas em todos os estados para pressionar o fechamento de um acordo com o governo Lula capaz de garantir a aprovação da revisão do Plano de Cargos e Salários da categoria – projetos de leis 6.613/2009 e 6.697/2009 – que tramitam na Comissão de Finanças e Tributação.

O coordenador jurídico do Sindjus, Paulo Falcão, adiantou que caso as reivindicações não sejam atendidas a categoria não descarta uma nova greve por tempo indeterminado. ” Vamos esperar a decisão do governo e do Senado, esperamos que as reivindicações sejam atendidas. Caso não, vamos retomar a greve por tempo indeterminado a partir do dia dois de setembro”, anunciou Falcão.

A categoria continua em estado de greve, e aguarda uma posição do governo federal. Uma nova assembleia está marcada para o dia 25 de agosto.

 

 

 

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