Respeito aos clientes

O setor mais beneficiado da sociedade é, com certeza, o financeiro, principalmente no Brasil. No auge da crise mundial, em 2009, os bancos que atuam no país não tiveram prejuízos, pelo contrário, mantiveram a margem de lucros fabulosos.

Enquanto as principais empresas da Europa e dos Estados Unidos se engalfinhavam, o Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Real, Banco do Brasil e Caixa colocavam juntos nos cofres R$ 36,7 bilhões, aumento de 14,6% em relação a 2008, quando o lucro chegou a R$ 32 bilhões.

O mesmo se repete em 2010. No primeiro semestre, os principais bancos superaram a marca dos R$ 21 bilhões de lucratividade, sugando os clientes com tarifas abusivas e destruindo o funcionalismo, que tem de se superar para bater metas cada vez mais perversas. A consequência é o aumento absurdo de doenças como LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e problemas psicológicos.

A política de precarização do trabalho nos bancos foi intensificada na década de 90 quando mais de 400 mil empregados foram demitidos. No lugar, apareceram as máquinas de auto-atendimento que, até hoje, trazem problemas, principalmente para os idosos, que normalmente têm dificuldades e necessitam de atendimento humano.

O desrespeito à população é tão grande que agora os banqueiros criaram uma nova modalidade para não prestar atendimento. O cliente é simplesmente impedido de entrar na agência e encaminhado para os correspondentes bancários. Tudo para não cumprir a Lei dos 15 Minutos, de autoria do vereador na época e hoje deputado federal, Daniel Almeida, junto com o Sindicato dos Bancários da Bahia.

A prática contraria o direito do consumidor de ser atendido dentro das unidades. A população não pode permitir mais um abuso e deve exigir prestação de serviço de qualidade. É inadmissível aceitar que o setor mais lucrativo do Brasil deixe de realizar investimentos básicos como a contratação de pessoal. Responsabilidade social é investir no profissional e valorizar, acima de tudo, a população e o trabalhador.


 

Adelmo Andrade é diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários da Bahia

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