Greve de metalúrgicos já atinge mais de 30 empresas

 

A greve deflagrada pelos trabalhadores metalúrgicos da Bahia, nesta quarta-feira (08/9), atingiu mais de 30 empresas em Salvador e Região Metropolitana. No Complexo Ford, em Camaçari, considerado o centro político maior do setor, onde atuam 27 empresas parceiras e cerca de 10 mil trabalhadores, o movimento começou ainda na madrugada, durante a chegada dos funcionários do primeiro turno. A estimativa é de que cerca de mil carros deixarão de ser produzidos.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, 15 mil trabalhadores já aderiram ao movimento e a perspectiva é de atingir os 35 mil que atuam nas grandes empresas da siderurgia, indústria automotiva, manutenção e montagem industrial, eletroeletrônico e metalurgia básica. “Estamos fazendo uma greve tipo ‘efeito dominó’. A cada dia, a gente vai parando outras empresas e mantendo as que já estão paradas, em estado crescente para paralisar o conjunto dos metalúrgicos no estado até que o Sindicato Patronal aceite o reajuste de 12%”, afirmou o presidente do Sindicato, Aurino Pedreira.

As negociações, até o momento, levaram a uma contraproposta de 7%, mantendo, portanto, o impasse. Na visão dos metalúrgicos, o valor não corresponde ao bom momento vivenciado pelo setor que, de acordo com dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado, cresceu 16,9% no segundo trimestre deste ano. Neste período, somente a Ford lucrou R$ 2,6 bilhões; um incremento de R$ 932 milhões em relação ao acumulado no primeiro trimestre.

No próximo dia 23, haverá julgamento da ação impetrada pelo Sindicato Patronal no Tribunal Regional do Trabalho, alegando ilegitimidade do movimento grevista. A expectativa dos metalúrgicos, no entanto, é que, até o início da próxima semana, as empresas efetivamente procurem o Sindicato para poder discutir e chegar a um acordo. “Agora é luta. Eles vão tentar, seguramente, enfraquecer o movimento; então, a gente deve se efetivar e se fortalecer para sentar e discutir as bases que, efetivamente, criem uma condição real da gente pode firmar um acordo, uma nova coletiva para categoria e algo que seja positivo para os trabalhadores”, ratificou Pedreira.

Fonte: Camila Jasmin

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