No terceiro dia de greve, nesta sexta-feira (10), funcionários de mais oito empresas localizadas na Região Metropolitana de Salvador aderiram à paralisação. Logo no início da manhã, a Anvox, Metalbasa, Manserv, Aloog, Vescon, Login, Autometal e mais quatro unidades da Cegelec, incluindo a da Petrobras, tiveram as atividades interrompidas.
No entanto, algumas empresas têm feito de tudo para evitar o crescimento da greve. De acordo com o Sindicato, desde quarta-feira, 30 funcionários estão sendo mantidos dentro da Papaiz, que produz cadeados, na tentativa de manter parte da produção funcionando de forma precária. Segundo o Sindicato, os empregados estão trabalhando em regime desumano, em clima de muita pressão e ainda sendo privados de ter contato com a família. O fato só veio à tona depois que a esposa de um metalúrgico, que estava preocupada, já que desde quarta-feira ele não voltava para casa, foi até a fábrica, em Pirajá, para ter notícias do marido. Só depois de muito tempo, é que ela foi informada pelos seguranças do paradeiro dele.
Outras empresas, como a Ford, em Camaçari, têm chamado apoio da polícia, alegando que o Sindicato tem impedido a entrada de funcionários dentro das fábricas. Balbino rebate essa hipótese. “Os trabalhadores estão mobilizados na luta da Campanha Salarial e têm aderido livremente ao movimento”, diz Antônio Viana Balbino, presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia. A greve tem ganhado mais peso a cada dia. Aproximadamente 18 mil trabalhadores de mais de 40 empresas estão em greve e a tendência é que nos próximos dias esse número aumente.
A categoria reivindica, entre outros pontos, reajuste salarial de 12%, enquanto as empresas querem conceder apenas 7%. Ainda não há previsão de retorno das negociações, que foram encerradas no começo deste mês, depois da tentativa de acordo frustrante feita pelo Tribunal Regional de trabalho.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia