O Centro do município de Camaçari, na região Metropolitana de Salvador, foi cenário de grande mobilização na manhã desta terça-feira (14). Em greve desde o último dia 8, cerca de 3 mil trabalhadores fizeram caminhada em mais uma atividade da campanha salarial. Em clima de muito protesto, os metalúrgicos ratificaram, em assembléia, os 12% de reajuste salarial, entre outras reivindicações. As empresas mantêm a proposta de 7%.
Representantes dos movimentos sociais e das principais centrais sindicais do Estado participaram da manifestação. “A luta dos metalúrgicos é justa e merece todo o apoio das centrais. Esse setor é um dos que mais lucram na economia, mas, em contrapartida, não repartem de forma digna os resultados com os seus funcionários”, critica Adilson Araújo, presidente da CTB/BA (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
Para a Fetim (Federação dos Metalúrgicos da Bahia), a caminhada teve o mérito de reunir trabalhadores de diversas bases sindicais e não somente de Camaçari. “A greve está tendo adesão em massa, em diversas fábricas. Essa força foi demonstrada na passeata e mostra também ao sindicato patronal como estamos firmes e determinados a enfrentar qualquer dificuldade”, diz Antônio Viana Balbino, presidente da entidade. Na Bahia, são cerca de de 50 mil metalúrgicos.
As negociações entre os dirigentes sindicais e o sindicato patronal permanecem suspensas. A última tentativa de negociação foi mediada pela Justiça do Trabalho, no final do mês passado, mas terminou sem acordo. Desde o começo da greve, mais de 50 empresas tiveram as atividades interrompidas. Com o crescimento do movimento, muitas têm tentado coibir a greve a qualquer custo. Uma das estratégias é chamar a Polícia Militar. “Essa é uma tentativa de intimidar a categoria. Mas, nas fábricas, a esperança de um resultado positivo no final da campanha salarial é maior do que o medo. Por isso, a adesão à greve é cada vez maior”, conta Aurino Pedreira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.
Fonte: Ascom da FETIM
