Bancários podem deflagrar greve no final do mês por tempo indeterminado em Sergipe

Esta semana, o Sindicato dos Bancários de Sergipe realizou mais dois dias de luta como parte da mobilização da Campanha Salarial 2010. Na quinta-feira, dia 16, a mobilização aconteceu nas agências Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa e HSBC, no Centro. Nesta sexta-feira, dia 17, o ato foi realizado no CPD do Banese, no Banese DIA, na agência central do BNB e no Banco do Brasil da General Valadão. O Sindicato mobilizou a categoria para a Assembleia Geral Extraordinária que acontece neste sábado, dia 18, às 9h da manhã, através de apresentação de uma peça teatral, com integrantes dos grupos de teatro ‘Kaza da Imaginação’ e ‘Reflexos da Alma’, e o ator convidado Feliciano José, representando o banqueiro.

O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban – Federação  Nacional dos Bancos – concluíram, na última quinta-feira 16, a quarta rodada de negociações da Campanha Salarial 2010. Sem avanços econômicos e sociais, os bancários poderão entrar em greve a partir do final deste mês. O presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, José Souza, participou da negociação, realizada em São Paulo. “A Fenaban não apresentou proposta para as reivindicações dos bancários. Sobre o índice de reajuste, eles disseram que vão apresentar proposta na próxima semana, após consulta aos bancos filiados”, informa Souza.

As principais reivindicações dos trabalhadores são reajuste de 11%, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), valorização dos pisos salariais, elevação dos auxílios refeição/alimentação e creche/babá, combate às metas abusivas, fim do assédio moral, plano de carreiras, cargos e salários em todos os bancos, proteção ao emprego, mais contratações, auxílio-educação e segurança contra assaltos. “Sobre a PLR, os banqueiros argumentaram que a lucratividade do sistema não é essa que estamos alardeando”, acrescenta Souza.

Para se ter uma ideia, os seis maiores bancos que operam no país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) apresentaram R$ 21,7 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre do ano, resultado quase 32% superior ao do mesmo período de 2009 e uma rentabilidade média sobre o patrimônio líquido de 25%.

A próxima rodada de negociação ficou marcada para a próxima quarta-feira, 22, quando os bancos apresentarão uma proposta global para a categoria. O Comando Nacional dos Bancários definiu um calendário, que combina negociação e mobilização, visando intensificar as atividades, e está orientando os sindicatos a realizarem Dia de Luta no dia 21, e assembleias no dia 28, para discutir e deliberar sobre a proposta que vier a ser apresentada pela Fenaban. Em caso de rejeição da proposta, a categoria poderá deflagrar greve a partir do dia 29 por tempo indeterminado.

Remuneração

A reunião desta quinta-feira fechou a quarta rodada de negociação, sobre o tema remuneração, que começou na quarta-feira 15, quando o Comando Nacional reafirmou as reivindicações de reajuste salarial de 11%, valorização dos pisos salariais e plano de carreiras, cargos e salários (PCCS).

Na quinta-feira, as negociações com a Fenaban giraram em torno da PLR, dos auxílios-refeição e educação, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche/babá, previdência complementar e 14º salário.

PLR

O Comando Nacional defendeu a reivindicação de três salários mais R$ 4 mil fixos de participação nos lucros e resultados. Os bancos disseram que não querem mexer na fórmula atual, que prevê a regra básica e uma parcela adicional, e apenas corrigir os valores.

“Discordamos dessa avaliação dos bancos, porque os lucros crescem tanto que a regra atual já não nos contempla. Queremos que a PLR acompanhe a evolução dos lucros dos bancos e por isso defendemos que seja de três salários mais os R$ 4 mil fixos”, argumenta o presidente da Contraf.

Auxílio-refeição e cesta-alimentação

O Comando Nacional também insistiu nas reivindicações de elevação para um salário mínimo (R$ 510) os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação e da 13ª cesta-alimentação, salientando que as verbas atuais são muito pequenas e insuficientes.

Os representantes da Fenaban, no entanto, rejeitaram as demandas dos bancários e adiantaram que o reajuste desses auxílios acompanhará o mesmo índice de reajuste dos salários.

Auxílio-creche/babá

Em relação ao auxílio-creche/babá, os bancos não apenas rejeitam a reivindicação de elevação do valor para um salário mínimo (R$ 510), como querem reduzir a concessão dessa conquista dos atuais 6 anos e 11 meses para 5 anos e 11 meses, alegando que a lei de ensino fundamental reduziu a idade de ingresso escolar para 6 anos.

O Comando Nacional defendeu a manutenção do período atual e reforçou a necessidade de aumentar o auxílio creche/babá, cujo valor atual não garante o pagamento da creche e o salário de uma babá.

Auxílio-educação

Apesar da exigência cada vez maior de formação superior dos bancários, os representantes dos banqueiros se negaram a atender essa reivindicação, já conquistada em alguns bancos. Eles disseram que essa demanda deve ser tratada banco a banco.

Intransigentes, eles ainda se recusaram a incluir uma cláusula sobre auxílio-educação na Convenção Coletiva para que essa demanda possa ser negociada banco a banco.

Previdência complementar

O Comando Nacional defendeu a criação de planos de previdência complementar em todos os bancos, como forma de garantir uma renda para os bancários na aposentadoria. Mas a Fenaban se recusou a discutir a proposta, preferindo remeter o tema para a negociação empresa a empresa.

14º salário

O Comando Nacional propôs a concessão de um 14º salário, como forma de melhorar a remuneração dos bancários, diante da evolução dos lucros dos bancos. Mas a Fenaban negou a reivindicação.

Calendário de negociação e mobilização

Terça – dia 21 – dia nacional de luta
Quarta – dia 22 – negociação com a Fenaban
Quinta – dia 23 – indicativo de negociações com os bancos públicos
Terça – dia 28 – assembleias em todos os sindicatos
Quarta – dia 29 – indicativo de greve, em caso de rejeição das propostas

Fonte: Contraf

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