Chega a 12 o número de prefeitos mortos pelo narcotráfico no México

Dados oficiais sugerem que a onda de violência no México foi desencadeada depois que o presidente do país, Felipe Calderón, declarou guerra às organizações criminosas em 2006. Desde então, cerca de 29 mil pessoas já foram mortas. Além disso, o que tem chamado a atenção são os constantes assassinatos de prefeitos em várias regiões do país. Apenas neste ano, 12 já foram executados, sendo que seis dessas mortes aconteceram nos últimos dois meses.

Diante desta situação, ativistas e legisladores mexicanos denunciaram, na última segunda-feira (18), a existência de “esquadrões da morte”, que estariam ligados ao crime organizado, como o de tráfico de pessoas e tráfico de drogas, e que seriam os responsáveis pelos crimes.

Ao que tudo indica, além do crime organizado, a disputa de terras também intensifica o clima de tensão no México. A maior parte dos crimes acontece em municípios ou distritos que são rotas do tráfico e que são disputados pelos cartéis.

Ricardo Monreal, senador do Partido do Trabalho, afirmou no mês passado, que o Senado já havia solicitado informações detalhadas sobre os grupos de assassinos ao Centro de Investigação e Segurança Nacional (CIA), mas, que até agora não houve avanço nas investigações. “Estes grupos atuam à margem da lei com cumplicidade, reconhecimento ou tolerância do Estado mexicano”, denunciou.

O senador também alertou na ocasião, que “milhares de soldados e oficiais desertores do Exército, além de policiais demitidos por corrupção, são integrantes ativos destes grupos ilícitos”.

A denúncia de Monreal foi agravada ainda pela declaração de que um grupo de “prefeitos e governadores estariam envolvidos nos casos e que têm grupos de extermínio, grupos de limpeza que adestram e selecionam como grupos de elite, e que atuam fora da lei”.

Os jornais locais afirmam que a participação destes esquadrões da morte é de conhecimento público e que eles realizam as execuções em todo o país. Segundo o advogado Miguel Ángel García Leyva, da Frente Contra a Impunidade, os grupos criminosos “operam vestindo uniformes, patrulhas, armamento, identificações e chaves iguais às das forças do Estado”.

O último caso confirmado foi o do prefeito do município de Práxedis G. Guerrero, no estado de Chihuahua, Rito Grado Serrano, que foi assassinado no último sábado (16) junto com seu filho. O prefeito estava a apenas 15 dias de terminar sua gestão e segundo relatos, ele vinha denunciando a operação de grupos criminosos da região. Apesar de ter mudado para Ciudad Juárez após receber ameaças de morte, Grado Serrano não foi poupado.

No domingo (17), o Governo Federal condenou o assassinato, no entanto, não deu explicações sobre os avanços das investigações sobre estes casos e disse apenas que “querem levar os culpados à justiça”.

O prefeito eleito de Cruillas, no estado de Tamaulipas, José Felipe García, pode ser mais uma vítima da onda de assassinato, já que está desaparecido desde a última quarta-feira (13).

Com informações da TeleSul

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