Passados cento e cinquenta dias do assassinato do diretor-tesoureiro do Sindicato dos Rodovários e sua esposa, Paulo Colombiano e Catarina Galindo, sindicalistas, amigos e familiares voltaram às ruas do Centro de Salvador, na manhã chuvosa desta quinta-feira, para cobrarem das autoridades apuração rigorosa do duplo assassinato.
A manifestação convocada pela CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Regional Bahia, contou com o apoio irrestrito da população que acenava em solidariedade, do Campo Grande à Praça da Piedade em frente à Secretaria de Segurança do Estado da Bahia, quando foi realizado um ato político com pronunciamento de diversas lideranças.
A comoção continua a mesma diante da perda irreparável, “Paulo era um sindicalista aguerrido, um militante de conduta ilibada, muito querido pelos classistas, morreu defendendo principios éticos e dignidade para nossa categoria; vinha fazendo um trabalho de reconstrução do sindicato junto as bases e já vinha colhendo frutos. Catarina era uma companheira discreta e imprescindivel no trabalho de organização do PCdoB, foi funcionária do nosso sindicato e deixou amigo entre nós, nada justifica este crime bárbaro; voltaremos às ruas até que a Polícia dê respostas.” Declarou Hélio Ferreira, diretor do Sindicato dos Rodoviários e do núcleo sindical de base da CTB.
Segundo Adilson Araújo, presidente da CTB, passados cento e cinquenta dias do duplo assassinato, nada foi solucionado pela Polícia. “ “Não podemos admitir que mais um crime fique impune; Exigimos das autoridades policias do Estado justiça e celeridade nas investigações; o sentimento que temos é de total insegurança. Recentemente, em audiência, o secretário de Segurança do Estado afirmou aos familiares que divulgaria informações, e que o crime tem caracteristica de mando; aguardamos ansiosos a punição dos assassinos e mandantes, pois até agora nenhuma resposta foi dada ao clamor dos sindicalistas, dos amigos e familiares nem à sociedade,” disse Araújo.
Amigos e familiares de Paulo Colombiano e Catarina Galindo oferecem recompensa de dez mil reais, através do Disque Denúncia, (71) 3235-0000, que garante o anonimato do denunciante, para conseguirem informações sobre o crime; buscam estimular a delação dos mandantes e dos executores. Também lançaram outdoor, cartaz e panfletos para reforçar a divulgação da recompensa, e chamar atenção da opinião pública para o fato do crime ainda não ter sido solucionado pela Polícia Baiana.
Por Kardé Mourão (Fotos: Manoel Porto)