Obama pretende congelar salário de funcionário público por dois anos

O presidente dos EUA, Barack Obama, propôs o congelamento dos salários do funcionalismo público federal nos próximos dois anos, como parte do esforço para controlar o déficit. A medida geraria economia de US$ 2 bilhões para o resto do ano fiscal de 2011 e mais de US$ 60 bilhões durante a próxima década, disse a Casa Branca.

O congelamento atingiria todos os funcionários civis do governo, inclusive os do Departamento de Defesa. O pessoal militar não seria afetado. A medida precisaria ser aprovada pelo Congresso e tem apoio dos republicanos – que inclusive vêm pressionando para que ela seja implementada logo.

Colocar o déficit sob controle vai exigir um sacrifício amplo e “esse sacrifício precisa ser dividido com os empregados do governo federal”, disse Obama. “Esse congelamento não é para castigar os trabalhadores estatais, nem uma falta de respeito com o trabalho que fazem. É a primeira de muitas medidas que tomaremos relacionada ao próximo orçamento, para dar ao país uma base fiscal sólida, que vai exigir sacrifícios de todos nós”, segundo comunicado do governo.

A Casa Branca estima que o déficit orçamentário vá atingir US$ 1,4 trilhão no ano que vem. Os membros da comissão que Obama formou para apresentar propostas de reduzir o déficit recomendaram um congelamento de três anos para os salários federais e um corte de 10% no número de funcionários. Espera-se que o painel divulgue seu relatório final amanhã.

John Boehner, deputado que é líder dos republicanos e deve se transformar no próximo presidente da Câmara, quando o novo Congresso assumir em janeiro, disse ser a favor do congelamento.

O deputado republicano Darrell Issa, da Califórnia, disse que o congelamento é necessário “faz tempo”. “Numa hora em que os idosos veem negado um reajuste baseado no custo de vida em seus benefícios sociais e a contratação no setor privado estagnou, o congelamento [do funcionalismo] já devia ter sido implementado.”

Issa deve se tornar o novo presidente da Comissão de Reforma do Governo na Câmara. “Esse congelamento dos salários federais era inevitável, se levarmos em conta a pressão política por parte dos republicanos e os limitados ganhos salariais por parte do setor privado”, disse Stan Collender, ex-assessor de orçamento do Congresso e que atualmente dirige a Qorvis Communications, em Washington. Ele acha que o próximo Orçamento deve prever cortes ainda mais profundos. “Qualquer um que acha que os servidores federais serão os únicos a sentir o impacto das medidas de redução de déficit não está lendo direito as propostas de Orçamento.”

Com agências

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