Polícia Civil entra em greve por tempo indeterminado no RN

Num auditório onde cabem 180 pessoas sentadas, a assembleia da qual participaram em torno de 150 agentes e escrivães, a Polícia Civil do Rio Grande do  Norte decidiu, no começo da noite da segunda-feira (16), pela deflagração de greve por tempo indeterminado, a fim de pressionar o governo a implementar o  enquadramento da categoria conforme reza a lei 417/2010, inclusive reajustes salariais de 50% agora em maio e outubro de 2011.

Rodrigo SenaNo início da noite de ontem, policiais votam a favor de greve por tempo indeterminado, a partir de hojeNo início da noite de ontem, policiais votam a favor de greve por tempo indeterminado, a partir de hoje
A assembleia ainda decidiu que vão  trabalhar 30% do contingente policial, na área administrativa e de serviços considerados inadiáveis e de apoio, como manda a lei de greve, enquanto em todas as delegacias do interior e de Natal os policias paralisam suas atividades.

Presidente do Sindicato de Polícia Civil (Sinpol-RN), Vilma Marinho disse, ainda, que só vão funcionar as delegacias de Plantão das Zonas Sul e Norte de Natal. “Quem tiver de plantão hoje vai trabalhar, e ao amanhecer do dia (às 7 horas de hoje) entrega as chaves da delegacias ao delegado escalado para trabalhar no plantão”, dizia ela para os agentes, no auditório do Sinpol, na subida da ladeira do Baldo, centro.

Depois da assembleia, Vilma Marinho chamou os agentes para assinar o compromisso de participação nos piquetes, que começam às 8 horas de hoje, na Delegacia do Cidadão (Decida), no Shopping Via Direta, em Mirassol, e na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur), no Praia Shopping, em Ponta Negra.

Outra decisão tomada pela assembleia, segundo a presidente do Sinpol, é de “não se abrir o sistema Hermes informatizado”, pelo qual a Delegacia de Capturas (Decap) informa ao Poder Judiciário quais são aqueles presos do sistema penitenciário que estão aptos a receber o alvará de soltura.

Por volta das 16h45 de ontem, a presidente do Sinpol,  Vilma Marinho, saiu da reunião com o secretário estadual de Defesa Civil e Segurança Pública, delegado federal Aldair da Rocha, de quem ela ouviu a decisão do governo de não atender as reivindicações da categoria quanto a implantação do enquadramento dos agentes e escrivães de Polícia Civil previstos na lei 417/2010.

Vilma Marinho disse que o secretário falou como interlocutor do chefe do Gabinete Civil, ex-deputado Paulo de Tarso Pereira Fernandes, com quem o Sinpol esperava ter uma audiência desde o começo da manhã de ontem. Por volta das 15h30 ela foi chamada a comparecer na Sesed, no Centro Administrativo, aonde esteve acompanhada de mais dois diretores do Sinpol, Erivan Fernandes e Francisco Alves. “A categoria está firme em sua decisão de pressionar o governo a cumprir o que já é lei”, disse Vilma Marinho, quando saia do gabinete do secretário Aldair da Rocha, e seguia para a assembleia no Sinpol.

Além dos professores e policiais civis, os funcionários de algumas repartições da administração indireta podem entrar em greve. Como são os casos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN) e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RN), que estão com assembleias gerais marcadas para os próximos dias 23 e 25 deste mês. Essas categorias, assim como os professores e os policiais civis, também cobram o cumprimento de acordos salariais e de planos de carreira feitos no ano passado.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), Santino Arruda Silva, diz que desde o dia 6 a instituição tenta – sem sucesso – uma audiência, sem sucesso até agora, para discutir o assunto com o secretário chefe do Gabinete Civil, o ex-deputado Paulo de Tarso Fernandes.

Além da questão salarial, no Detran os funcionários vão pedir  pela homologação do concurso realizado em dezembro do ano passado, que possui 285 pessoas aprovadas. “Uma autarquia que arrecada cerca de R$ 80 milhões , mas só gastou 27% disso com a folha de pessoal, não tem argumentos fortes para não contratar”.

Arruda disse que também existe insatisfação dentro Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), da Fundação José Augusto (FJA) e da antiga Empresa de Processamento de Dados do RN (Datanorte). “O Governo precisa abrir esse diálogo”, concluiu.

Com informações das agências

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