Exposição Brasil Feminino mostra as mulheres que venceram barreiras e preconceitos

A trajetória de luta das mulheres pela emancipação, o envolvimento na construção do Brasil e na discussão das grandes questões nacionais são os principais temas da exposição Brasil Feminino, que a Fundação Biblioteca Nacional inaugura hoje (5) à noite. A mostra integra as comemorações dos 200 anos da instituição. 

A mostra presta homenagem às mulheres que se destacaram na vida brasileira, desde os tempos coloniais até os dias atuais. São contempladas mulheres que foram personalidades na política, como a princesa Isabel e a imperatriz Teresa Cristina, mulher de dom Pedro II, até, mais recentemente, a primeira presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Estão retratadas representantes do mundo artístico, como as cantoras Elis Regina, Rita Lee e Maria Bethânia, além de atrizes, artistas plásticas, e a primeira miss negra brasileira, Vera Lucia Couto.  

Entre as feministas, o curador lembrou Nísia Floresta Brasileira Augusta, que defendeu, no Rio Grande do Norte, investimentos em educação para as mulheres e conseguiu a primeira escola exclusiva para meninas, o Colégio Augusto, em 1838.  

Outra feminista pioneira foi Bertha Maria Julia Lutz, criadora da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, em 1922, cuja luta pelo direito das mulheres de votar e ser votada levou o governo de Getúlio Vargas a promulgar o novo Código Eleitoral em 1932, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras. Ribeiro destacou a anarquista e libertária Maria Lacerda de Moura, nascida em 1887, uma das poucas ativistas que se envolveram diretamente com o movimento operário e sindical de sua época.  

A exposição homenageia ainda mulheres que venceram barreiras e preconceitos. Uma delas é a atriz Ruth de Souza, considerada pioneira em uma época em que não havia atores negros. Em 1945, Ruth fez parte do primeiro grupo teatral importante do Brasil, o Teatro Experimental do Negro, e acabou tornando-se a primeira estrela negra do cinema nacional.

A cantora Carmen Miranda, a cangaceira Maria Bonita, a compositora Chiquinha Gonzaga, a socióloga Zilda Arns, a umbandista Maria Escolástica da Conceição Nazareth, conhecida como Mãe Menininha do Gantois, a escritora Cecília Meireles, a jogadora de futebol Marta, a atriz Leila Diniz são celebradas em textos e fotos, entre mais de uma centena de mulheres que deixaram sua marca registrada na história do país.

A trajetória dessas mulheres em cinco séculos de história é contada com a ajuda do acervo da Biblioteca Nacional, envolvendo 150 originais e reproduções de periódicos (jornais e revistas), manuscritos, livros em geral, obras raras, partituras, documentos fonográficos, fotos e gravuras.

A exposição é franqueada ao público, que poderá assisti-la até o dia 26 de agosto, no Espaço Cultura Elizeu Visconti, no primeiro andar da Biblioteca Nacional. Durante os dois meses de duração do evento, serão realizados debates e painéis no Auditório Machado de Assis, da instituição.

Com Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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